Em reunião nesta quarta-feira (07/11), na Granja do Torto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, receberam a pauta de reivindicações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O documento havia sido entregue ao governo em 17 de abril - Dia Nacional de Luta pela Terra no Brasil.
Entre os pedidos, estão a inclusão na Previdência Social de 150 mil famílias acampadas, crédito para habitação e assistência técnica para assentados, além da revisão da política econômica.
Segundo o MST, hoje o governo libera cerca de R$60 bilhões para o agronegócio, por meio do Plano Agrícola e Pecuário, e apenas R$12 bilhões para a agricultura familiar, por meio do Plano Safra da Agricultura Familiar.
Segundo o ministro Cassel, a expectativa é que em 2008 saia do papel a proposta de ampliação do crédito para a reforma agrária, que está em construção por um grupo de trabalho no ministério. O grupo é formado por representantes de movimentos sociais, inclusive do MST.
"Temos sensibilidades diferentes na mesa, pois temos que construir um crédito que seja economicamente viável, com capacidade de pagamento, que não gere endividamento e, ao mesmo tempo, garanta o assentamento pelo menos nos primeiros anos", afirmou Cassel.
Hoje, as famílias assentadas podem obter crédito em uma das linhas de financiamentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Para os assentados, são disponibilizados R$5 mil, na linha do Pronaf Agroindústria Familiar.
Segundo Marina dos Santos, da direção nacional do MST, quando uma família é assentada, imediatamente é caracterizada como "pequeno agricultor", mas como não tem o mínimo de infra-estrutura para produção e armazenamento, precisaria de uma linha de crédito exclusiva.
"Não podemos comparar uma família que está saindo de, muitas vezes, três, quatro anos debaixo da lona preta, num acampamento, e está iniciando o processo de organização, com a pequena agricultura, que já tem o mínimo de infra-estrutura", disse ela, que participou do encontro no Torto.
(Por Morillo Carvalho, Agência Brasil, 07/11/2007)