Sapucaia do Sul - A notícia de irregularidades na Central de Resíduos Sólidos Industriais nível 2 e de lixo hospitalar da MulttiServiços, em Sapucaia do Sul, a mesma empresa que pretende instalar-se em Nova Santa Rita, preocupa o grupo contrário à presença do empreendimento no município vizinho. A Fepam, junto com o Batalhão Ambiental da Brigada Militar, fiscalizou o aterro sanitário em Sapucaia no último sábado e retornou ao local na manhã de terça. Na área foi constatado que uma das células (valas abertas para enterrar os resíduos) onde o lixo é depositado estaria transbordando e sem a cobertura adequada. Restos de material de hospital, como seringas, foram, segundo os fiscais, jogados no local sem passar pelo tratamento adequado. A empresa nega as irregularidades e pensa em processar o fiscal.
De acordo com o funcionário da Fepam que esteve no local, o engenheiro de Segurança do Trabalho do setor de Emergência Ambiental Vitor Hugo Rodrigues, o material estava "da mesma forma como saíram dos hospitais". O proprietário da empresa, João Martins Neto, salienta que o fiscal da Fepam fez acusações sem ter conhecimento técnico do assunto. "Temos comprovantes químicos e biológicos sobre o tratamento do material hospitalar. Uma seringa não dá para verificar visualmente se está contaminada ou não." Ele ressalta ainda que a cobertura começou a ser feita na quarta-feira passada e que este tipo de trabalho leva uma semana para ser concluído.
O empresário acredita que as denúncias não afetarão os trabalhos em Nova Santa Rita, que já estão quase concluídos. Informa também que não sabe quando a central do município vizinho vai entrar em operação. A assessoria de imprensa da MulttiServiços ressalta que Aborgama do Brasil, empresa responsável pelo lixo hospitalar no aterro de Sapucaia, não atuará no empreendimento de Nova Santa Rita.
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Diário de Canoas, 06/11/2007)