(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
usinas nucleares
2007-11-07
Criticando a política energética da América Latina, o professor Jen-Shin Chang, da Universidade canadense McMaster, diz que o desafio na área é encontrar um sistema energético balanceado. “Nenhuma energia é o ‘super-homem´. Definitivamente precisamos de energias renováveis e dos combustíveis fósseis, incluindo o biocombustível e a energia nuclear. Nós chamamos isso de ´o novo sistema de pesquisa´: encontrar a melhor maneira de cortar CO2 através da combinação de todos estes tipos de energia”, afirma Chang.

Especialista em energias e tecnologias de controle de poluição, o professor aposentado se dedica a viajar pelo mundo colaborando com pesquisas em universidades nas áreas energéticas e de tratamento de poluição sólida, líquida e eliminação de gases. Nos últimos dias ele esteve na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), agora está na Federal do Rio de Janeiro(UFRJ) e segue para outras regiões do país antes de voltar ao Canadá.

Para o professor, a energia nuclear é a melhor opção para reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2), porém ressalta que o problema ainda é o lixo gerado. “Devemos avançar nesta área e é isso que todo mundo está fazendo – pesquisando o tratamento do lixo nuclear”, diz.

A conclusão de que a fonte nuclear possui o menor índice de emissão de CO2 foi realizada após o cálculo de emissões totais produzidas por cada fonte de energia no seu ciclo de vida (que inclui a fabricação e descarte após a desativação). Fazendo o cálculo com cada fonte, o resultado pode ser surpreendente. Um exemplo é a energia eólica, com muito potencial para o território brasileiro e vista como uma excelente opção de fonte limpa. Com base nos cálculos, observa-se que ela gera um grande volume de emissões, uma vez que a vida útil de cada hélice é curta (em torno de 20 anos) e possui difícil descarte.

“Claro que é muito melhor que o carvão, mas comparado com a nuclear e a solar, a energia eólica não é tão boa. A hidroelétrica está em algum lugar entre a solar e a eólica”, explica Chang, segundo o qual é muito importante pensar em todo o ciclo de vida da fonte escolhida para ter o real cálculo de emissões de gases produzidos por cada uma.

Sobre as células de hidrogênio, o professor diz que é uma boa tecnologia para uso em casas e edifícios. “Até onde eu sei, a maioria das empresas automobilísticas desistiram da célula de hidrogênio. A indústria automobilística está se voltando agora para os motores de combustão do hidrogênio”, afirma.

Chang explica que a desistência da tecnologia para veículos tem dois motivos. O primeiro é que para a produção da célula é necessária prata, um mineral não tão abundante no mundo. A segunda razão é que a célula combustível gera o que ele denomina “poluição de verão”, pois libera água quente e torna o ar próximo a superfície terrestre ainda mais quente.

“Se todo mundo dirigisse carros a hidrogênio, o ar ficaria mais quente. Já para as residências é muito bom, pois podemos usar esta água aquecida para uso doméstico. Mais uma vez, temos que decidir qual a melhor aplicação para cada tecnologia”, alerta Chang. A utilização na construção civil já é pesquisada por diversas empresas como a GM e a Toshiba.

O professor diz que o Japão é o líder hoje em conservação energética e desenvolvimento sustentável. “Eles possuem a melhor tecnologia e já estão tentando ajudar outros países”, destaca. Em seguida vem a França e a Alemanha, que possuem boas tecnologias na área energética e de eficiência, enquanto que na América do sul, “não está sendo feito um bom trabalho”, na avaliação do especialista. “O Brasil está muito ruim e precisa melhorar a eficiência da combustão e da geração elétrica”, pondera.

Chang se dedica hoje a levar seu conhecimento para o meio acadêmico e ajudar na inovação tecnológica. “O que nós, professores, fazemos é criar a base para o futuro. O futuro são os estudantes”, observa. Por isso, a agenda de compromissos de Chang para 2008 já está lotada, incluindo viagens para universidades e centros de pesquisa de diversas partes do mundo. Para o professor, o intercâmbio de conhecimento entre instituições de diferentes países é necessário para se avançar tecnologicamente. “Precisamos de diferentes maneiras de pensar. Isto é importante não só para a universidade, mas para a pesquisa e para o futuro”, conclui.

(Por Paula Scheidt, CarbonoBrasil, 06/11/2007)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -