O Ibama notificou, ontem, quatro empresas de concreto na Capital de Santa Catarina, localizadas no entorno da Estação Ecológica de Carijós, em Jurerê, no Norte da Ilha, pelo lançamento de resíduos poluentes nas bacias dos rios Ratones e Papaquara. Uma delas, a Engemix, foi lacrada e será multada por funcionar sem licença ambiental.
A operação foi batizada de Daphnia 2 em homenagem a um pequeno crustáceo usado nos testes para verificar o grau de poluição dos efluentes. Durante os últimos três meses, o Ibama recolheu amostras lançadas pelas empresas na estação ecológica - uma unidade de conservação com 720 hectares de área, que serve de berçário para espécies - e as submeteu a análises de laboratório.
Os testes revelaram que o resíduo das concreteiras provocou a morte dos crustáceos. Todas as quatro empresas monitoradas - Supermix, Engemix, Cimpor e Concrebrás - apresentaram a mesma irregularidade: efluentes com pH muito elevado. Agora, elas têm 10 dias para se adequar à legislação.
Em águas fluviais, como as das bacias analisadas, o pH ideal é entre 7 e 8. A legislação tolera valores máximos de 9. A média encontrada no líquido lançado pelas concreteiras foi de 13, nível considerado tóxico pelos técnicos do Ibama.
- Ainda não verificamos a morte de peixes na reserva, mas os testes mostraram que o pH muito alto pode matar organismos que funcionam como o primeiro elo da cadeia alimentar - ressaltou o analista ambiental Alexandre Costa.
Empresa é fechada por estar sem licençaA Engemix, localizada na SC-401, também teve as atividades suspensas e vai ser multada por funcionar sem licença ambiental. Três fiscais do Ibama lacraram os equipamentos no pátio da empresa e impediram a entrada e a saída de caminhões.
A Daphnia 2 ocorre quatro meses após a primeira operação. Na ocasião, 10 postos de gasolina foram fechados e só reabriram após se adequarem à legislação ambiental.
(Lucas Amorim,
Diário Catarinense, 07/11/2007)