Os chocólatras podem atenuar qualquer culpa que eventualmente sintam graças a um novo processo que transforma os subprodutos da fabricação do chocolate em biocombustível --de modo que a guloseima se torna "ecologicamente correta". Um caminhão abastecido com esse biocombustível vai partir neste mês de Poole (costa sul da Inglaterra) para o Mali (África) numa missão humanitária.
"O dejeto do chocolate costumava ser usado em aterros. Mas agora podemos fazê-lo viajar como biocombustível", disse o organizador Andy Pag, que será um dos dois motoristas da viagem. A empresa Ecotec, do noroeste da Inglaterra, pegou o lixo do processo de fabricação do chocolate, transformou-o em bioetanol e o misturou com óleo vegetal para produzir biodiesel.
Alguns biocombustíveis são criticados por usarem material que poderia ter finalidade alimentícia ou por incentivar o desmatamento -- no espaço usado para grandes canaviais, por exemplo. "Isso é para mostrar que se pode ter biocombustíveis ambientalmente corretos e que não é preciso converter os motores a diesel normais para usá-lo", disse Pag à Reuters.
O BioTruck parte em 26 de novembro e deve levar cerca de três semanas para percorrer os 7,2 mil quilômetros até Timbuktu, onde vai entregar uma pequena unidade de produção de biocombustíveis a uma ONG local. Mas que ninguém espere um aroma apetitoso quando o caminhão passar. "Não! Receio que o escapamento não cheire a chocolate," disse o Pag.
(Por Jeremy Lovell,
Agência G1, 06/11/2007)