Exposição itinerante alerta a população sobre os perigos das queimadas e desmatamentos para o clima do planeta. Porto Alegre e Salvador também participaram da campanha.
Quem passou sábado (04/11) pelo Largo São Sebastião, em frente ao Teatro Amazonas, em Manaus, teve a oportunidade de participar da nossa campanha pelo fim do desmatamento na Amazônia e conhecer um pouco mais da realidade da região.
Imagens da queima da floresta e da seca que assolou a região em 2005 foram expostas ao público em dois painéis de 3 x 4 metros. Dois vídeos complementavam as informações para quem quisesse se aprofundar um pouco mais sobre o assunto.
Manaus é a terceira cidade a receber a exposição itinerante Aquecimento global: apague essa idéia, que já passou por Porto Alegre (RS) e Salvador (BA).
A perda de cobertura florestal não representa apenas perda de biodiversidade e impacto para os povos da floresta, mas também o agravamento das mudanças climáticas. O Brasil é o 4o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo por causa da derrubada e da queima das florestas brasileiras, principalmente a Amazônia.
“A seca que atingiu o Amazonas em 2005 é uma amostra de como as mudanças climáticas podem afetar o meio ambiente e a vida das pessoas. Se o desmatamento não parar, fenômenos como este serão cada vez mais frequentes e severos”, disse Tatiana de Carvalho, da campanha Amazônia do Greenpeace.
Segundo a organização ambientalista, o momento é particularmente sensível para as florestas. O Congresso Nacional está discutindo propostas de alteração do Código Florestal brasileiro, com mudanças que podem colocar em risco a integridade da Amazônia e prejudicar seu papel no equilíbrio climático do planeta. Uma das mudanças em discussão se refere à área de reserva legal na Amazônia Legal, que hoje é de 80% e pode ser reduzida para 50%.
Além disso, no início de dezembro, representantes de mais de 100 países se reúnem em Bali, na Indonésia, para definir o futuro do Protocolo de Kyoto, tratado internacional para frear as mudanças climáticas.“O Brasil precisa reconhecer seu papel de grande emissor de gases do efeito estufa e assumir o compromisso de eliminar o desmatamento da Amazônia até 2015, cumprindo metas anuais de redução”, explica Tatiana.
Manaus amiga da AmazôniaManaus já está fazendo sua parte para frear o desmatamento da Amazônia. Desde 2005, a cidade participa do programa Cidade Amiga da Amazônia, iniciativa do Greenpeace que apóia os governos municipais e estaduais na eliminação do uso de madeira amazônica predatória em obras públicas. A extração ilegal de madeira abre portas para o avanço da agropecuária sobre a floresta e contribui para financiar o desmatamento e as queimadas da Amazônia.
O programa Cidade Amiga da Amazônia, que foi criado em 2003, conta com 36 membros: o governo do Estado de São Paulo e 24 cidades paulistas, duas pernambucanas e cinco gaúchas, além de Fortaleza, Salvador e Apucarana (PR).
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Envolverde/Greenpeace, 05/11/2007)