Canoas - A Alberto Pasqualini - Refap S/A será autuada pela Fundação de Proteção Ambiental (Fepam) e deverá pagar uma multa, ainda sem valor definido, por causa do derramamento de óleo no arroio Sapucaia, na divisa das cidades de Canoas e Esteio, ocorrido na madrugada do dia 1º. A informação foi dada pela presidente da Fepam, Ana Pellini, na tarde de segunda (05), durante coletiva à imprensa na sede da Refap, em Canoas. Foi confirmado também, pelo secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Otaviano Brenner de Moraes, a quantidade de óleo que atingiu o Sapucaia - de 16 mil a 18 mil litros - e a extensão do acidente - sete quilômetros. A Refap não participou da entrevista.
Antes da coletiva, representantes da refinaria, Fepam, Secretaria Estadual do Meio Ambiente, prefeituras de Canoas, Esteio e Nova Santa Rita, entidades de proteção ambiental e Defesa Civil conversaram sobre a extensão do acidente. A imprensa não pôde assistir ao encontro, que começou às 14 horas e seguiu até 15h40. Na oportunidade, ficou definido que a Refap terá de alterar o seu Projeto Ambiental para que acidentes como esse não voltem a ocorrer. Além disso foram destacadas quais as ações que os municípios terão de tomar providências para permitir melhor evasão das águas dos arroios Guajuviras e Sapucaia.
A presidente da Fepam recomendou à refinaria que construa barreiras maiores e mais altas para conter o óleo da sua estação de tratamento de efluentes líquidos. "Choveu muito na madrugada de quinta-feira, cerca de 80 milímetros em duas horas. A água subiu muito rápido e não poderia se prever que isso ocorresse", comentou Ana Pellini, tentando explicar se o acidente não poderia ter sido evitado. Mas, conforme ela, a construção de barreiras fixas não é tão simples assim. Uma vez que o líquido retiro terá de ir para outro local. "Vai alagar outro local. Precisa de um estudo prolongado."
O secretário Moraes comparou a quantidade de óleo derramado no arroio Sapucaia com uma carga líquida que é carregada em caminhões tanque. "Um caminhão tem capacidade de 30 metros cúbicos de produto líquido. O que caiu no arroio chegou a um pouco mais da metade disso." Ele afirmou que uma pequena quantidade de óleo atingiu as água do Rio dos Sinos, mas não contaminou o local. No final da tarde de segunda, a Fepam fez novo sobrevôo no rio para avaliar situação.
Em nota, a Refap salientou que a quantidade de óleo arrastado foi de 10 metros cúbicos. Segundo a refinaria, a situação está controlada e as equipes técnicas continuam trabalhando na limpeza dos pontos afetados. O trabalho deve estar concluído na quarta-feira.
(Por Daiane Poitevin, Diário de Canoas, 06/11/2007)