Seminário na Capital estuda novas matrizes energéticas como o uso de dejetos suínos, aves e de gado Santa Catarina tem características sociais e climáticas que impedem a geração de bioenergia da mesma forma como é feita no restante do país.
Em busca de um caminho alternativo para a produção no Estado, pesquisadores se reúnem até hoje no auditório da Epagri, em Florianópolis, para o 1º Seminário Catarinense de Bioenergia.
O eixo central das discussões é uma forma de produzir bioenergia sem a necessidade de grandes extensões de terra e de dias ensolarados ao longo de todo o ano, condições que colocam o Brasil como referência mundial do setor. Em SC, predomina o clima subtropical, enquanto 90% das propriedades rurais são de pequenos agricultores.
A produção de álcool a partir da cana-de-açúcar, portanto, não é viável em terras catarinenses. Muito menos o biodiesel a partir da soja, que também é cultivada em grandes propriedades. O caminho para o Estado, explica Murilo Flores, presidente da Epagri, é fortalecer as pequenas propriedades e as associações de agricultores.
- Dessa forma, a bioenergia pode ser a janela para um novo ciclo de desenvolvimento rural - resume o polonês Ignacy Sachs, professor da Escola de Estudos em Ciência Social, da França, convidado de honra do evento. Uma das alternativas apontadas no seminário é o aproveitamento de dejetos suínos, aves e gado para a produção de biogás. Atualmente, o esterco desses animais é jogado nas lavouras e acaba atingindo o lençol freático.
Processado para a produção de bioenergia, vai contribuir para a preservação ambiental e ainda render dinheiro para os pequenos criadores. Outra possibilidade, é a utilização de madeira de reflorestamento para a produção de álcool.
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Diário Catarinense, 06/11/2007)