(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
biocombustíveis
2007-11-06
Um dos grandes motivos de orgulho do Brasil é a contínua busca pela independência tecnológica no setor energético

A visita do presidente Lula à unidade experimental de produção de bioetanol do Cenpes (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras) no Rio de Janeiro, na sexta-feira, dia 26/10, chama a atenção para um dos grandes motivos de orgulho do Brasil: a contínua busca pela independência tecnológica no setor energético.

A Petrobras é responsável por parte importante dessa história. Seja no desenvolvimento de tecnologia pioneira de exploração e produção de petróleo em águas profundas, seja no processamento de petróleo pesado para obter combustíveis e produtos petroquímicos, seja no avanço na primeira geração de biocombustíveis, com rotas inovadoras para a produção de biodiesel e o processo HBio.

Agora, quando a busca de novas alternativas energéticas desponta como questão central no mundo, a Petrobras busca mais uma vez a dianteira do desenvolvimento tecnológico brasileiro, investindo fortemente na pesquisa de energias renováveis, especialmente biocombustíveis de segunda geração, produzidos a partir de resíduos agroindustriais.

Desenvolvida em parceria com a empresa brasileira Albrecht, a planta piloto de etanol de lignocelulose é a única no Brasil a utilizar a tecnologia enzimática. Essa planta conta com inovações pioneiras que geraram dois depósitos de patente -uma delas, a milésima da Petrobras- e que permitiram alcançar rendimento e produtividade expressivos.

O foco inicial da pesquisa do bioetanol é o bagaço de cana, largamente disponível no Brasil e que hoje é rejeitado ou subaproveitado. A tecnologia está sendo desenvolvida em parceria com universidades brasileiras. Com a Escola de Química da UFRJ, desenvolvemos a concepção e o processo de produção de bioetanol com ação de enzimas. Com a UnB e a Ufam, pesquisamos novos microrganismos para a produção de enzimas capazes de melhorar a produtividade e a economicidade do processo.

Atuamos em cooperação também com a Embrapa e o Inmetro, instituições de excelência em suas áreas de atuação, que detêm conhecimentos complementares importantes para o sucesso do processo. A partir dos parâmetros resultantes dos testes na unidade experimental, programaremos uma nova unidade, em escala semi-industrial. Esses testes serão importantes para superar os gargalos tecnológicos ainda existentes, como a obtenção de enzimas de custo e desempenho competitivos e a redução do tempo de fermentação.

Mas quem quer estar na vanguarda não pode isolar-se do cenário a sua volta. Expressivos esforços em pesquisa nessa área também têm sido feitos por instituições na Europa e na América do Norte. Há várias alternativas tecnológicas em desenvolvimento, sendo as mais relevantes as rotas termoquímicas e bioquímicas.

Nas termoquímicas, usam-se altas temperaturas e catalisadores para transformar o carbono e o hidrogênio presentes na biomassa em hidrocarbonetos, como gasolina e diesel. Acrescentando oxigênio, pode-se obter também alcoóis, como etanol ou butanol.

Nas rotas bioquímicas, utilizam-se enzimas para promover a quebra da celulose da biomassa em açúcares, que são fermentados para gerar álcool. Cada caminho apresenta prós e contras e, no atual estágio, é impossível prever qual dominará o mercado.

A Petrobras avalia constantemente alternativas tecnológicas e investe no desenvolvimento das que julga mais promissoras.

Se nas rotas bioquímicas investimos no bioetanol, nas termoquímicas apostamos na produção de diesel sintético a partir de biomassa ("biomass-to-liquids" -BTL), com previsão de uma planta piloto em 2009.

Buscamos novas parcerias com empresas e instituições nacionais e estrangeiras com potencial para aumentar a velocidade e reduzir o risco do desenvolvimento tecnológico nessa área. Parcerias que obedecem a critérios rigorosos, garantindo o domínio tecnológico para a Petrobras -e para o Brasil- e resguardando a propriedade intelectual de forma adequada.

Graças à combinação de fortes investimentos em tecnologia com a cooperação tecnológica, a Petrobras superou desafios, como produzir petróleo em águas profundas, adaptar seu parque de refino ao óleo pesado brasileiro, conquistar e manter a auto-suficiência em petróleo e consolidar-se entre as grandes petrolíferas mundiais.

Para isso, o domínio tecnológico foi fundamental. Empenhamo-nos em repetir essa trajetória com os biocombustíveis, potencializando a vocação natural brasileira para as energias renováveis.

(Carlos Tadeu da Costa Fraga, Folha de São Paulo, 06/11/2007)



desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -