O navio-laboratório russo Akademik Fiodorov, com quase 400 tripulantes a bordo, zarpou nesta segunda-feira (05/11) rumo à Antártida a fim de construir um novo posto avançado permanente no continente. Com um orçamento de quase US$ 1 milhão, a expedição permanecerá em território antártico durante sete meses, até julho de 2008, informaram as agências de notícias russas.
A expedição realizará pesquisas no setor banhado pelo oceano Pacífico, onde duas bases russas foram fechadas por falta de verbas no início dos anos 1990. "O programa da 53ª expedição antártica russa inclui a instalação de estações automáticas meteorológicas e geodésicas que funcionam de maneira autônoma", diz o comunicado do Instituto Meteorológico da Rússia.
No começo do ano que vem, a expedição receberá a embarcação científica "Akademik Aleksandr Karpinski", que realizará trabalhos geofísicos no fundo do mar. A Rússia se manifestou nesta semana contra uma divisão da superfície da Antártida baseada em reivindicações territoriais unilaterais, como as feitas recentemente pelo Reino Unido.
Todas as atividades no continente são regulamentadas no Tratado sobre a Antártida, assinado em 1959 por 44 países e em vigor desde 1961. A partir de 1998 entrou em vigor o Protocolo de Madri, de 1991, que estabeleceu que a Antártida é uma zona desmilitarizada e na qual só se podem ser realizadas pesquisas científicas.
Enquanto se opõe à redivisão da Antártida, a Rússia lançou uma campanha para demonstrar que parte do leito marítimo do Ártico é uma continuação de sua plataforma continental, o que apoiaria suas pretensões de controlar o território no pólo Norte.
(Globo Online,
Ambiente Brasil, 06/11/2007)