As emissões de gases-estufa pelos países ricos quase chegaram ao seu pico histórico em 2005, lideradas pelos aumentos registrados nos Estados Unidos e na Rússia, apesar de já haver esforços mundiais para conter o aquecimento global, mostraram dados da ONU. As emissões totais dos 40 países mais industrializados do mundo somaram 18,2 bilhões de toneladas em 2005, apenas meio bilhão abaixo do nível registrado em 1990, segundo o Secretariado de Mudança no Clima da ONU - Organização das Nações Unidas, em Bonn.
O aumento de 2005 confirmou uma tendência de crescimento. "Desde 2000, as emissões de gases-estufa ... cresceram 2,6%", disse o secretariado. As emissões dos EUA, o país que mais produz esse tipo de gases no mundo, seguido cada vez mais de perto pela China, subiram para 7,19 bilhões de toneladas em 2004 para 7,24 bilhões de toneladas em 2005, ano mais recente de dados compilados pela ONU.
Desde então, Washington emitiu uma estimativa preliminar dizendo que as emissões de dióxido de carbono caíram 1,3% em 2006, apesar do forte crescimento econômico. O reaquecimento da economia dos países do Leste Europeu foi um dos fatores que influenciaram no aumento das emissões. As emissões russas subiram de 2,09 bilhões em 2004 para 2,13 bilhões em 2005 - ainda bem abaixo dos 3 bilhões de toneladas de 1990, antes do colapso da União Soviética.
Entre 2004 e 2005, as emissões de gases-estufa caíram na União Européia e no Canadá, e no Japão flutuaram para cima. O ano de 1990 é o parâmetro para a meta do Protocolo de Kyoto - até 2008-12, os signatários comprometeram-se a manter os níveis pelo menos 5% abaixo dos de 1990. Estados Unidos e Austrália não quiseram participar do compromisso mundial.
Apesar disso, os Estados Unidos concordaram este ano com a necessidade de cortar as emissões. Os ministros do Meio Ambiente do mundo todo se reunirão em Bali em dezembro para tentar elaborar um plano que suceda o Protocolo de Kyoto, a partir de 2013. Entre os países citados nos dados da ONU, a Letônia foi o que teve a maior queda entre 1990 e 2005, 59%, e a Turquia, o maior aumento: 74%.
(Estadão Online,
Ambiente Brasil, 06/11/2007)