O governador do estado norte-americano da Flórida, Charlie Crist, afirmou nesta segunda-feira (05/11) que trabalhará politicamente para que os Estados Unidos reduzam as tarifas de importação do etanol brasileiro. Ele fez a afirmação após visitar, com uma comitiva de 100 empresários norte-americanos, a sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para tratar das relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos.
Para Crist, o evento serviu para estreitar o relacionamento entre líderes e empresários dos dois países. “Brasil e Flórida são grandes parceiros comerciais. Seus negócios envolvem cerca de US$ 11 bilhões por ano. É importante que caminhemos juntos”, disse.
De acordo com a Câmara de Comércio Brasil–Flórida Central, produtos médicos, farmacêuticos, agrícolas, de informática e de aviação estão entre as mercadorias mais negociadas.
O diretor de relações internacionais da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca, disse que as tarifas de importação cobradas pelos Estados Unidos freiam as exportações de álcool brasileiras para o mercado norte-americano. “O problema está relacionado à tarifa de US$ 0,54 por galão de álcool [3,8 litros]. Se a tarifa não existisse, certamente o Brasil poderia exportar alguns bilhões de litros de álcool a mais para a Flórida”, constatou.
O presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Sawaya Jank, afirmou que a Flórida consome cerca 36 bilhões de litros de gasolina por ano – mais que todo o Brasil no mesmo período. Segundo ele, caso a Flórida substituísse 10% da gasolina que consome por álcool, seriam cerca de 4 bilhões de litros de etanol que poderiam ser exportados pelo Brasil: “Isso seria uma oportunidade de ouro. No ano passado, o Brasil exportou 3 bilhões de litros de álcool para o mundo inteiro; 1,5 bilhão para os EUA”.
Para Gianneti, a postura do governador da Flórida pode influenciar mudanças nessa tributação. “A decisão é do governo federal norte-americano, mas ele certamente é influenciado por líderes políticos importantes, como Charlie Crist”, afirmou.
(Por Vinicius Konchinski, Agência Brasil, 05/11/2007)