O ator Harrison Ford criticou, em declarações à Efe, a passividade dos Estados Unidos diante da mudança climática, e afirmou que o Governo de George W. Bush 'não fez droga nenhuma pelo meio ambiente'. O ator americano falou à Efe após participar do evento beneficente 'Forças para a mudança', organizado pela associação ambientalista Conservation International (CI).
Harrison Ford, membro ativo da CI há 15 anos, disse que os atuais governantes estão falhando 'na hora de tratar este tema, sem enfrentar a comunidade empresarial nem se comprometer no esforço pela conservação ambiental'.
- Quero que o público hispânico saiba que aqui nos Estados Unidos também estamos conscientes de que nosso Governo não está fazendo droga nenhuma e que precisamos melhorar muito - disse.
- A única preocupação dos governantes é fazer o possível para se reeleger. Isso não é o que pedimos, isso não é o que o mundo lhe pede aos Estados Unidos como exemplo de liderança - acrescentou.
O evento de ontem à noite em Washington, para arrecadar fundos, contou com a presença de senadores, congressistas e outros políticos, como o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, pré-candidato republicano à Presidência dos EUA. A CI desenvolve programas de conservação ambiental em 45 países, mas mantém uma relação especial com a América Latina devido à ligação da mudança climática com o desmatamento.
- Hoje, 25% das emissões de carbono liberadas na atmosfera vêm da queima e poda de florestas - estimou Cristina Mittermeier, Diretora de Recursos Visuais na Divisão de Marketing Estratégico e Comunicação Global das organização.
- O desmatamento é um tema que não está sendo abordado no protocolo de Kioto e temos que pressionar para que nas conversas de 2012 se fale disto - acrescentou.
Para Bloomberg, a mudança climática requer 'ações' e 'políticas verdes' por parte de democratas e republicanos. Ele defendeu que o Governo dos Estados Unidos atue no problema ambiental.
- Este problema também afeta a nossa economia e a nossa segurança nacional. Por isso o Governo federal deve catalisar o poder criativo do setor privado através de seus investimentos no desenvolvimento de pesquisas ambientais - afirmou.
Outros participantes do evento concordaram que os candidatos às eleições presidenciais de 2008 têm se esquecido do problema durante a sua campanha.
- Não acho que estejamos mostrando liderança neste tema - opinou Ann Smith, vice-presidente de Projetos Especiais da CI.
- Não me surpreende que não seja um tema importante na campanha eleitoral pela Presidência dos EUA - acrescentou.
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Jornal do Brasil, 02/11/2007)