A Comissão Coordenadora Internacional da Via Campesina (CCI) e organizações amigas convidam a população para realizar, em 8 de novembro, um dia de protestos em frente aos escritórios da transnacional suíça Syngenta Seeds em seus respectivos países, em solidariedade ao camponês Valmir Mota de Oliveira, conhecido como Keno, assassinado em 21 de outubro, durante uma ação da milícia armada da empresa de segurança contratada pela transnacional, em Santa Tereza do Oeste, no estado do Paraná.
A entidade pede à população que entregue ofícios às embaixadas da Suíça e Brasil com demandas como o castigo aos atores materiais e intelectuais do crime, a expropriação das áreas de Syngenta para a produção de sementes e a expulsão da Syngenta do Brasil. O pedido é dirigido também ao presidente da República do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, ao qual a CCI solicita que adote medidas para assegurar a integridade física dos camponeses ameaçados pelos pistoleiros contratados pela Syngenta.
A área de Syngenta foi ocupada pela segunda vez, a semana passada (21/10), por cerca de 200 integrantes da Via Campesina que denunciavam a realização de experimentos com organismos geneticamente modificados e a multiplicação de sementes de milho transgênico, descumprindo leis federais e estatais.
De acordo com a Via Campesina, no mesmo dia, pistoleiros invadiram o acampamento Terra Livre de camponeses do Movimento Sem Terra (MST), afiliados à Via Campesina no Paraná, assassinando Keno com dois disparos à queima roupa. A entidade relata também que muitos camponeses foram ameaçados de morte pelos criminosos. Em uma nota divulgada sexta-feira (26/10), a Anistia Internacional expressou preocupação pela segurança dos 200 agricultores Sem Terra que continuam acampados na área e pediu que as autoridades investiguem o ataque.
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Adital, 01/11/2007)