Nove entre cada dez brasileiros acreditam que as pessoas terão que mudar seu estilo de vida para ajudar a combater os efeitos das mudanças climáticas, segundo uma pesquisa encomendada pelo Serviço Mundial da BBC, que ouviu 22 mil pessoas em 21 países.
Dos países analisados, os brasileiros foram os que mais concordaram com a necessidade de mudanças no estilo de vida das pessoas, mas apenas 50% dos entrevistados ouvidos no Brasil se disseram dispostos a fazer as mudanças, uma média bem abaixo da mundial.
A pesquisa, realizada pela empresa GlobeScan junto com o Programa Internacional de Atitudes Políticas (PIPA, na sigla em inglês), da Universidade de Maryland, concluiu que a maior parte da população mundial está pronta para fazer sacrifícios pessoais - inclusive pagar contas mais altas de energia - para ajudar a combater o aquecimento global.
Quatro em cada cinco pessoas nos países pesquisados afirmaram estar dispostas a fazer "mudanças no estilo de vida e comportamento" para reduzir as emissões dos gases causadores do efeito estufa, inclusive em países como China e EUA, os dois maiores emissores de CO2 no mundo.
A maioria dos entrevistados (61%) afirma que será necessário aumentar o custo de energia para encorajar a conservação e reduzir as emissões de gás carbônico. No Brasil, este percentual chega a 64%.
A pesquisa indicou que três em cada quatro dos entrevistados apóiam o aumento nos impostos sobre combustíveis, desde que o dinheiro gerado com a medida seja usado especificamente para promover eficiência energética ou para desenvolver combustíveis limpos.
Estilo de vidaMudanças no estilo de vida para combater as mudanças climáticas também foram bem aceitas: 79% dos americanos concordam que será necessário mudar o estilo de vida no país e 65% afirmam que o custo de energia terá que aumentar. Mas 19% acham que as mudanças não são necessárias.
A pesquisa está sendo publicada para coincidir com a semana do Serviço Mundial sobre mudanças climáticas. A BBC Brasil vai trazer um blog sobre como as mudanças climáticas estão afetando a vida em Bangladesh, um dos países mais populosos do mundo.
"As pessoas em todo o mundo reconhecem que para combater as mudanças climáticas é preciso que haja uma mudança de comportamento. E que para incentivar essas mudanças será necessário um aumento do custo da energia que contribui para as mudanças climáticas", disse o diretor da PIPA, Steven Kull.
"Enquanto poucos cidadãos apóiam o aumento de impostos, a pesquisa sugere que líderes nacionais poderiam ser bem sucedidos ao introduzir impostos de carbono sobre a energia. O requerimento chave, no entanto, é que os cidadãos confiem que esses impostos serão investidos no combate às mudanças climáticas aumentando a eficiência energética e desenvolvendo combustíveis mais limpos", afirmou o presidente da GlobeScan, Doug Miller.
(
BBC, 05/11/2007)