O presidente equatoriano, Rafael Correa, defendeu hoje (03) a decisão governamental de conceder uma licença ambiental à Petrobras permitindo à empresa operar na Amazônia, em uma decisão que foi criticada por setores ambientalistas e indígenas.
Correa assegurou que a licença foi entregue "com toda a responsabilidade do mundo", tanto que a Petrobras foi "obrigada" a mudar seu projeto inicial de exploração do chamado Bloco 31 para proteger o meio ambiente.
O presidente equatoriano deu como exemplo que, no novo projeto, as principais instalações da Petrobras não estarão dentro do Parque Nacional Yasuní, uma reserva natural situada na Amazônia e que é considerada um ambiente sensível.
Segundo Correa, também ficou estabelecido que todo o material deve ser transportado por via aérea, sendo proibida a construção de pontes e píeres.
Foram destinados cerca de US$ 800 mil para medidas de proteção aos povos indígenas Taromenani e Tagaeris.
Segundo Correa, a principal ameaça para esses povos não são os petroleiros, mas sim os madeireiros.
O chefe de Estado equatoriano pediu aos habitantes do local para que não se deixem manipular por grupos interessados ou por ONGs e, além disso, pediu para dialogarem e apresentarem propostas alternativas para obter recursos para obras sociais caso não haja exploração de petróleo.
"A exploração do Bloco 31 será limitada à parte norte, a 35 quilômetros dessa região, que não pode ser atingida", ressaltou.
Neste fim de semana, o presidente da petrolífera estatal equatoriana Petroecuador, Carlos Pareja, anunciou que o campo petrolífero Sacha será entregue até o fim de 2007 a sua semelhante venezuelana PDVSA para sua exploração e operação.
"A idéia é entrar com nova tecnologia, com dinheiro, e aumentar a produção", declarou Pareja sobre o campo Sacha.
O petróleo é o principal produto de exportação do Equador que, com a receita de suas vendas, financia cerca de 35% do orçamento do Estado. EFE
(EFE, 03/11/2007)