Paradoxalmente, um dos países com as maiores taxas de poluição do mundo dever ter a primeira eco-cidade do mundo – Dongtan, próxima de Shanghai, na China. O local, localizada em Chongming, a terceira maior ilha do país, na saída do Rio Yangtze, será provavelmente modelo para o desenvolvimento de cidades ambientalmente amigáveis, como um bairro que possui as mesmas características criado em Estocolmo, na Suécia.
Hammarby Sjostad, uma antiga área industrial na capital sueca, é uma vizinhança com 10 mil moradores que possuem casas adaptadas para não emitir carbono. Os telhados são verdes, possuem painéis solares, os produtos usados na construção são ambientalmente corretos e o sistema de coleta de lixo é integrado e subterrâneo.
O projeto chinês é ainda mais desafiador, pois prevê abrigar meio milhão de pessoas e um ambiente com zero emissões de dióxido de carbono (CO2). Segundo os planos do governo, todos os prédios terão menos que oito andares e incorporarão tecnologias "verde" e as grandes indústrias serão construídas no centro da ilha, enquanto que as residências serão misturadas com comércios, correios, escolas, enfermarias e unidades de saúde, minimizando a necessidade de se deslocar por longas distancias para vários serviços.
A maioria dos residentes poderá caminhar ou ir de bicicleta para o trabalho, escola ou comércio, uma vez que a cidade será recortada por ciclovias. Os ônibus serão movidos a bateria.
A cidade também gerará a sua própria energia, proveniente de uma usina eólica e de um centro de reciclagem, que utilizará 80% dos resíduos da cidade para gerar energia. Dongtan também reutilizará grande parte da sua água consumida e irá consumir a metade da água per capita de Shanghai.
Com prazo para ser finalizada em 2030, a cidade oferecerá atrações turísticas e de entretenimento e seus residentes se alimentarão de produtos orgânicos e estarão lado a lado com fazendas e parques.
(Por Paula Scheidt e Fernanda Müller, CarbonoBrasil, 01/11/2007)