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2007-11-01
Luiz Pinguelli Rosa, secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, critica os US$ 2 bilhões para subsidiar o uso do diesel na geração de energia elétrica na Amazônia e reafirma a necessidade do Plano de Ação Nacional de Enfrentamento das Mudanças Climáticas

Na semana passada, em reunião do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), realizada no Rio de Janeiro, Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, afirmou reconhecer que o maior problema ambiental que o Brasil enfrenta atualmente é o desmatamento e que o governo federal usará até mesmo a Força Nacional de Segurança para combatê-lo.

Embora tenha concordado com a ministra quanto aos danos causados pelo desmatamento, Luiz Pinguelli Rosa, secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, criticou o fato de o Plano de Ação Nacional de Enfrentamento das Mudanças Climáticas ainda não estar implantado.  “O desmatamento é um grande problema, mas sua redução não contribui para o desenvolvimento.  Precisamos pensar em uma engenharia climática”, afirmou.

Pinguelli Rosa realçou as vantagens do Brasil em relação a outros países devido ao uso do biocombustível, da hidreletricidade, da energia eólica (vento) e do biodiesel, mas também criticou algumas ações do Ministério de Minas e Energia, como o fato de o país gastar US$ 2 bilhões para subsidiar o uso do diesel para gerar energia elétrica no Amazonas.  “Esse dinheiro poderia ser canalizado para o uso de energia alternativa.  A Amazônia é rica em recursos naturais”, apontou.

A introdução de usinas a carvão no Brasil foi outro ponto criticado pelo também professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). “É um contra-senso o Brasil importar carvão para gerar energia elétrica”, disse ele no encontro, cujo objetivo era discutir as conclusões do quarto relatório de avaliação sobre mudanças climáticas produzido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).

“O quarto relatório traz para o Brasil grandes impactos, na medida que revela que os países desenvolvidos não estão diminuindo suas emissões para atingir as metas do Protocolo de Kyoto e, infelizmente, estamos seguindo o mesmo caminho.  Isto é, estamos repetindo uma desigualdade internacional, com padrões de consumo de energia e de emissões de gases altos.  A diferença é que, no nosso caso, ainda não somos obrigados a cumprir as metas de redução de emissão de gases”, afirmou.

Para Pinguelli Rosa, é preciso mudar comportamentos individuais.  “Nos Estados Unidos, o consumo de energia per capita corresponde ao dobro da energia gasta na Europa.  Mas enquanto os americanos comem hambúrguer e refrigerante, os europeus comem queijo e bebem vinho.  Então, vemos que não é necessário consumir tanta energia para ser feliz”, disse.

Segundo o físico, é necessário restringir padrões individuais de consumo.  O uso do álcool nos carros brasileiros, para ele, é uma importante alternativa, mas não é suficiente.  “Ao mesmo tempo, temos que ter políticas públicas para racionalizar o sistema de transporte, melhorando o sistema metroviário, por exemplo”, sugeriu.

Pinguelli Rosa também vê a necessidade da intervenção estatal no sentido de coibir o transporte individual.  “Uma pequena fração da sociedade tem carro, e essa pequena fração gasta um triplo da energia para o transporte.  O uso do automóvel não implica somente o uso do combustível.  Temos de levar em conta o aço que é fabricado para ser usado nas portas de um automóvel.  Assim, para quem tem carro, o impacto energético é maior do que o consumo do tanque por si só”, disse.

(Por Washington Castilhos, Agência Fapesp, 30/10/2007)

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