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ipcc
2007-11-01
O Rio de Janeiro sediou, na semana passada, o primeiro encontro promovido na América Latina pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), órgão que ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2007 – dividido com Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos. No encontro foram discutidas as conclusões do quarto relatório de avaliação sobre mudanças climáticas produzido pelo órgão e suas conseqüências para o Brasil e para o mundo.

Vice-presidente do IPCC, o economista Mohan Munasingue destacou a importância de que países em desenvolvimento, como o Brasil, não copiem ou não repitam o modelo de desenvolvimento adotado pelos mais ricos, responsáveis por mais de 80% dos gases emitidos na atmosfera e considerados causadores do aquecimento global.

Natural do Sri Lanka e professor visitante da Universidade Yale, nos Estados Unidos, Munasingue recomendou que as nações mais pobres criem seus próprios modelos de desenvolvimento sustentável. “Implementar o desenvolvimento sustentável é a estratégia que defendemos para que os países melhorem sua capacidade tanto de se adaptar às mudanças climáticas como de mitigar suas emissões de gases de efeito estufa”, disse o economista em entrevista à Agência FAPESP, na qual também fez uma crítica à falta de vontade política dos países desenvolvidos no cumprimento das metas relativas à redução da emissão de gases.

Que indicações e conclusões o mais recente relatório do IPCC trouxe de mais significativas?
Mohan Munasingue – Não temos mais dúvidas de que o aquecimento global está realmente ocorrendo, provocado pelas ações do homem nos últimos 200 anos, após o advento da revolução industrial. Mais de 80% dos gases na atmosfera hoje em dia são emitidos pelos países desenvolvidos, mas os impactos dessa emissão de gases, que causa o aquecimento global, serão mais sentidos nos países mais pobres. Nosso relatório estima que haverá um aumento na temperatura de 3 a 6 graus nos próximos cem anos e que o nível do mar deverá subir cerca de 4 metros. Também propomos soluções e recomendações para que os países se adaptem a essas mudanças. Um terceiro ponto do relatório aborda a mitigação para reduzir a emissão de gases, que aumentou 70% nos últimos 30 anos, mesmo depois de firmado o Protocolo de Kyoto. Isso é inaceitável. A meu ver, o que falta, no entanto, é vontade política nos países mais ricos.

E quais são as recomendações para os países em desenvolvimento?
Munasingue – Para países como o Brasil, o melhor caminho para resolver o problema das mudanças climáticas é criar uma estratégia de desenvolvimento sustentável. É possível fazer com que a adaptação, a mitigação e o desenvolvimento ocorram ao mesmo tempo, que caminhem juntos. Não se deve encarar o desenvolvimento e o clima como oponentes, ou achar que o primeiro é prejudicial ao segundo. A idéia é mudar a noção de desenvolvimento, de maneira que se possa continuar a desenvolver de modo sustentável, para resolver não somente o problema das mudanças climáticas, mas também da pobreza. Ou seja, implementar o desenvolvimento sustentável é a estratégia que defendemos para que os países melhorem sua capacidade tanto de se adaptar às mudanças climáticas como de mitigar emissões de gases de efeito estufa. Mas o mais importante para os países em desenvolvimento é que eles não copiem ou repitam o mau exemplo dos desenvolvidos.

Mas, de acordo com o Protocolo de Kyoto, os países desenvolvidos têm até 2012 para cumprir suas metas, não?
Munasingue – Na Convenção do Clima de 1992 falou-se em responsabilidades e as metas que os países têm em comum. Já o Protocolo de Kyoto diz que são os países desenvolvidos que devem começar o processo de mitigação e mostrar ao resto do mundo como isso será feito. Os países em desenvolvimento têm taxa de emissão de gases per capita ainda baixa, por isso o Protocolo de Kyoto não estabeleceu metas para esses países. Mas a tendência é que eles aumentem essa emissão à medida que se desenvolverem e se industrializarem mais.

E o que os países em desenvolvimento podem fazer diante de tal expectativa?
Munasingue – A idéia é que, quando alguns desses países se tornarem mais ricos e passarem a importar tecnologia dos países desenvolvidos, poderão também começar a adotar algumas das técnicas de mitigação e reduzir a taxa de emissão e de uso de energia. Há também a proposta de que, em vez de existir a separação entre o grupo dos países ricos e o dos países pobres, haja um grupo intermediário, como a Coréia do Sul, por exemplo, que está disposta a se juntar às responsabilidades do grupo que tem metas a cumprir. Há nações que estão se graduando para fazer parte desse grupo. Acho que o Brasil deveria estar nesse grupo intermediário.

(Por Washington Castilhos, Agência Fapesp, 31/10/2007)

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