REICHSTUL VIVEU GLÓRIAS E TRAGÉDIAS À FRENTE DA PETROBRAS
2001-12-06
O executivo Henri Philippe Reichstul viveu entre o paraíso e o inferno durante os dois anos e oito meses em que esteve à frente da Petrobras, a maior empresa do País sob qualquer critério de avaliação financeira. Recebeu os louros por lucros recordes (o de 1999 foi o maior de todos os tempos registrado por uma empresa nacional), inseriu de fato a Petrobras no mercado externo, conseguiu levar as ações da empresa para o pregão da Bolsa de Nova York e deu mais transparência à contabilidade da companhia, tida até então pelo mercado como uma caixa-preta. Mas, também foi o protagonista nos piores episódios vividos pela empresa nos últimos tempos. Desastres ambientais como o derramamento de 1,3 milhão de litros de óleo na combalida Baía de Guanabara e a poluição da Bacia do Paraná, também por descarga de óleo, no ano passado, a atabalhoada e infrutífera campanha pela mudança da marca da empresa no exterior para Petrobrax e o afundamento, com 11 mortos, da P-36, a maior plataforma semisubmersível do mundo, deixaram em sua administração a pecha de que a preocupação com os resultados financeiros suplantavam preocupações ambientalistas e sociais. Reichstul chegou à estatal, em março de 1999, com a missão de apagar o ranço político-monopolista que foi a marca dos seis anos de gestão de seu antecessor, Joel Mendes Rennó, e inserir a empresa na modalidade moderna de gestão profissional. (AE)