A otimização do uso de insumos, defensivos agrícolas e de energia contribui para o meio ambiente e gera retornos aos arrozeiros gaúchos. “A máxima eficiência reduz significamente os resíduos que possam vir a agredir o meio ambiente”, explica o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Maurício Fischer. O dirigente ressalta que o aproveitamento desses materiais pode, inclusive, gerar renda ao setor produtivo.
“As medidas que visam à sustentabilidade ambiental da lavoura de arroz estão contempladas na segunda fase do Programa Arroz RS”, frisa. O projeto Produção Mais Limpa tem como principal objetivo reduzir os excessos do sistema de produção e aumentar a produtividade com a utilização de um volume menor de água, proporcionando uma área maior de irrigação. “O Produção Mais Limpa diminui a emissão de resíduos que possam poluir ou prejudicar o meio ambiente”, diz.
Conforme o presidente do Irga, no primeiro momento a entidade trabalhará a questão da educação ambiental, para conscientizar todos os produtores sobre a sustentabilidade ambiental, usando as regras e as legislações que vigoram no Estado. “Cerca de 90% da lavoura de arroz tem licença ambiental”, observa. A meta para os próximos quatro anos é implementar em todo o Rio Grande do Sul o Plano de Regularização das Atividades de Irrigantes (PERAI).
A segunda fase do Programa Arroz RS prevê a implementação, em conjunto com os produtores, de áreas que devem ser mantidas para preservar o meio ambiente, principalmente com um filtro nas águas oriundas das lavouras. “Estamos trabalhando em conjunto para que todos os agentes da área de produção estejam adequados a estas regras”, enfatiza.
Os benefícios da Produção Mais Limpa são maiores que os custos. “Quando podermos dizer ao consumidor que todo arroz gaúcho é produzido dentro da legislação ambiental será um argumento muito bom de mercado”, afirma Fischer. Os arrozeiros podem, inclusive, comercializar embalagens de fertilizantes, papel e outros materiais para aumentar a renda.
Outra preocupação é com o lixo gerado pelas comunidades e propriedades rurais. O Irga orienta os produtores a separar o seu lixo e dar o destino correto destes resíduos para tornar o ambiente propício para as futuras gerações, que posteriormente serão inseridos no cultivo de arroz do Estado.
Instituto monitora bacias hidrográficas
Em uma primeira etapa, o Irga realizou um diagnóstico nas bacias dos Rios Gravataí e do Sinos como um laboratório para desenvolver toda uma tecnologia e adaptá-la a outras bacias. O objetivo é resolver os conflitos entre o sistema de produção, indústrias e usuários da água. “Há um trabalho nestas duas bacias para que tenhamos toda a eficiência e a eficácia que necessita uma lavoura com sustentabilidade ambiental”, finaliza.
(Ascom Governo do Estado do RS, 31/10/2007)