A cidade de Porto Velho terá mais 1OO mil novos habitantes a curto prazo em conseqüência das obras das hidrelétricas do Madeira, segundo a estatal, e isso poderá causar colapso em serviços públicos essenciais desta Capital.
O aumento populacional representa cerca de um terço da população atual de 371.750 pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – e a cidade não tem infra-estrutura desde saúde, ao saneamento básico, segurança e até imobiliária – avisou um representante de Furnas a “noticiaro.com.”
As obras das hidrelétricas de qualquer forma serão realizadas, indiferentes aos impactos sociais que causarão. As empreiteiras não estão obrigadas a soluciona-los porque eles não foram colocados no orçamento das hidrelétricas. .
Na área da Saúde Pública, por exemplo, Porto Velho, que atualmente tem um déficit de 600 leitos hospitalares, precisará de mais 500 leitos.
O déficit hospitalar dentro de um ou dois anos, no total, aumentará para 1.100 leitos - exigindo a construção de 11 hospitais novos de cem leitos cada.
O súbito aumento populacional de Porto Velho exigirá vagas escolares para mais 33 mil crianças das famílias que migrarão para cá.
A questão social foi esquecida pela Agência Nacional de Ebnergia Elétrica (Aneel) e o Ministério das Minas e Energia quando planejaram o orçamento das hidrelétricas.
“Esqueceram o lado social” – informa Jorge Luiz da Silva Alves, do Comitê pró-Furnas.
Segundo ele, para atender parte dos impactos sociais são necessários recursos da ordem de R$ 1.534.900,00, dos quais estão obtidos de diversas fontes – incluindo Furnas e convênios da prefeitura de Porto Velho – R$ 645 mil. “Mas faltam R$ 889.900,00.”
De acordo com Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos anos de 2000/2001, 90% dos distritos da cidade de Porto Velho não possuem rede coletora de esgoto.
Apenas 7 mil domicílios têm banheiro ligado à rede geral de esgoto e 29 mil residências recebem abastecimento através da rede geral de água.
Das 110 mil residências pesquisadas, apenas 68 mil, pouco mais da metade, recebem coleta de lixo, e não há um programa destinado à coleta seletiva de resíduos. Em seis anos, pouco ou nada mudou, informes-se.
(Por Nelson Townes de Castro,
Rondonoticias, 31/10/2007)