Os corpos do sem-terra Valmir Mota de Oliveira, e do segurança da empresa NF, Fábio Ferreira de Souza, serão exumados. Os dois foram mortos durante confronto na reocupação da fazenda experimental da multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste. O pedido foi feito pelo Ministério Público e aceito pela Justiça. A exumação deve acontecer no fim de semana.
Na terça-feira (30), a Secretaria de Segurança divulgou dois nomes de suspeitos de terem cometido disparos no confronto: Alexandre de Jesus, que teria ferido a sem-terra Isabel de Souza, e Rodrigo de Oliveira Ambrósio, que teria matado o coordenador da Via Campesina Valmir Mota de Oliveira.
Eles são dois dos sete vigilantes que passaram dez dias na cadeia. Todos foram soltos na manhã de terça-feira após a juíza Sandra Bitencourt, da 1ª Vara Criminal de Cascavel, conceder uma liminar de relaxamento da prisão. Segundo ela, por enquanto não há provas de que os vigilantes mataram o sem-terra. Eles repondem por formação de quadrilha, homicídio e exercício arbitrário das próprias razões.
Laudos do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) indicam a tentativa de execução, pois os sem-terra levaram tiros disparados de cima para baixo. O advogado da empresa NF alega que o vigilante foi morto da mesma maneira. "Não se fala que o tiro no segurança foi dado de forma descendente, que caracterizaria uma execução", afirma Hélio Idehira, em entrevista ao Bom Dia Paraná.
Idehira entregou para a polícia três armas que pertencem à empresa NF, para serem encaminhadas ao Instituto de Criminalística. Segundo a polícia, há outras nove armas que precisariam ser levadas para a polícia.
O delegado do Cope, Renato Renato Bastos Figueroa, não quis dar entrevista.
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Gazeta do Povo, 01/11/2007)