O pedido de habeas-corpus, que poderia libertar a ex-diretora do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), em Ponta Grossa, Elma Nery de Lima Romanó não foi aceito pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) no fim da tarde de terça-feira (30). A ex-diretora e mais três pessoas detidas durante a
"Operação Floresta Negra" tiveram pedido de prisão preventiva decretada na semana passada pela Justiça de Ponta Grossa.
Elma Romanó é suspeita de ser a responsável pelo esquema. Por outro lado, a
ex-diretora prestou depoimento e disse que as denúncias partiram dela. Além de Elma, a Justiça decretou prisão preventiva do madeireiro Wilde Wanderley Gomes do Valle, do engenheiro do IAP, Luiz Cesar Santos, e de Samuel José Freitas de Moura, funcionário de uma ONG.
O grupo é suspeito de compra e venda de autorizações irregulares para corte e venda de araucárias. Ao todo, oito pessoas foram presas na ação da Polícia Federal no último dia 22, sendo que três já estão em liberdade por força da Justiça: os madeireiros Trajano Gomes Fernandes e Dirceu Lopes Silveira, e o engenheiro florestal autônomo Adair Palace Junior.
No despacho, a juíza Lilian Romero, da 2ª Câmara Criminal, lembra que Elma teve a prisão preventiva decretada sob o fundamento da necessidade de se garantir a ordem pública, prevenindo a reiteração delituosa, tendo em vista as múltiplas autorizações indevidas ou irregulares de desmate em diversas propriedades da região dos Campos Gerais. No despacho, a juíza solicita que seja informado e comprovado o alegado afastamento da ex-diretora paciente do IAP, "a fim de possibilitar a apreciação do pedido de liminar".
A reportagem da Gazeta do Povo Online está tentando entrar em contato com o advogado Dalio Zippin Filho para comentar a decisão do TJ-PR.
O EsquemaSegundo o IAP, os funcionários do órgão estariam recebendo propina para liberar licenças de desmatamento e os madeireiros pagavam pela autorização do corte de árvores. Muitas denúncias que chegavam à sede do IAP em Ponta Grossa não eram investigadas. A suspeita é de que os fiscais cobravam para não irem atrás dos crimes ambientais.
De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), a polícia descobriu em 19 fazendas da região o corte ilegal de mais de 36 mil araucárias (27.664 m³). A devastação cometida pela quadrilha teria rendido mais de R$ 8 milhões.
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Gazeta do Povo, 01/11/2007)