A OMM - Organização Meteorológica Mundial informou nesta quarta-feira (31/10) que já se completam as condições para uma nova ocorrência do fenômeno "La Niña" no Oceano Pacífico que desta vez deve durar pelo menos os três primeiros meses de 2008. "São observados indícios muito claros de uma nova ocorrência nas partes central e oriental do Pacífico Equatorial, onde as temperaturas da superfície do mar estão 1,5 grau inferiores ao normal", explicou hoje a meteorologista Leslie Malone, da OMM.
Ela disse que a anomalia terá "intensidade média" em comparação a anos anteriores. Ao contrário do fenômeno "El Niño", o "La Niña" provoca o esfriamento das águas do Pacífico Equatorial, o que por sua vez pode dar lugar a oscilações significativas do clima no mundo todo. Como acontece a cada ocorrência, a de 2008 tem características diferentes de outras observadas anteriormente.
A mais destacada é a temperatura "inferior ao normal" na superfície do Oceano Índico, ao longo da costa norte da Austrália, em águas que "geralmente sofrem um aumento durante 'La Niña'", explicou Malone. Isso se deve a um fenômeno climático próprio desse oceano segundo o qual há ciclos nos quais a temperatura da parte ocidental aumenta e a da oriental diminui, enquanto há outras épocas nas quais o processo é ao contrário.
Enquanto essa situação durar, "podem acontecer regimes climáticos pouco freqüentes nas regiões continentais adjacentes" e produzir efeitos como chuvas abundantes ou secas na África e na Austrália. O "La Niña" começou a ser observado o início de 2007, mas o processo se estagnou entre abril e junho, para a partir de setembro voltarem a aparecer as condições típicas de uma ocorrência.
Segundo a OMM, essa interrupção do processo e a época na qual o fenômeno finalmente se formou são "incomuns" se comparados com a maioria das ocorrências, cujas condições costumam aparecer antes. Não se sabe quais conseqüências todos esses fatores podem gerar no próximo "La Niña".
(Yahoo Brasil,
Ambiente Brasil, 01/11/2007)