A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura classificaram como “fraude de caráter econômico” o episódio de adulteração do leite por duas cooperativas de Minas Gerais, com suspeita de contaminação por soda cáustica e água oxigenada. Em nota conjunta divulgada nesta quarta-feira (31/10), a Anvisa e o ministério reafirmam que as duas substâncias não “oferecem riscos iminentes à saúde do consumidor” e que os envolvidos no esquema respondem a inquérito criminal.
De acordo com a nota, o incidente registrado na semana passada, quando a Polícia Federal prendeu 27 pessoas ligadas a cooperativas de leite mineiras, é “inaceitável”. Além de prejudicar o consumidor, a fraude atingiu “mais de um milhão de produtores de leite”, diz a nota, lembrando que o caso acarretou mudanças na fiscalização de produtos agropecuários pelo Ministério da Agricultura. O objetivo é “reforçar o controle de qualidade e inibir novas fraudes.”
Na segunda-feira (29/10), o ministério anunciou que pretende aumentar o número de fiscais federais agropecuários que hoje são 1,3 mil - dos quais 212 fiscalizam 1,7 mil indústrias de leite e derivados (um para cada oito estabelecimentos). Ainda para evitar que os próprios fiscais facilitem fraudes, foi extinta a figura do auditor fixo nas empresas e cooperativas. Agora, a escolha do fiscal será aleatória.
A Anvisa, por sua vez, informa que interditou os produtos com problemas e enviou amostras para análise laboratorial. Diariamente, são realizadas 10 mil análises para avaliar a qualidade do leite no Brasil.
(Por Isabela Vieira, Agência Brasil, 31/10/2007)