O balanço é do próprio Ibama no Estado, que em contrapartida garante que distribuiu quase R$ 40 milhões em multas
Somente neste ano, uma área de mais de 19 mil hectares, foi desmatada no estado do Acre, segundo balanço da superintendência regional do Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama/Acre. Durante a entrevista coletiva, o superintendente regional do Ibama/Acre - Anselmo Forneck informou que foram lavrados aproximadamente R$ 39.822.350 em multas, em decorrência dos crimes ambientais (desmates ilegais). Os dados de desmatamentos ilegais ficaram assim distribuídos: 1743,7 (Cruzeiro do Sul, localizado no Vale do Juruá), 8595,2 (municípios do Vale do Acre), 5473 (municípios do Vale do Purus e Envira), 2745 (Boca do Acre, localizado na região Sul do estado do Amazonas) e 478 (Vila Estrema, localizado no estado de Rondônia). Em contrapartida, as queimadas ilegais chegaram a casa dos 10 692 hectares, sendo 3 055 em Boca do Acre, e 763,7 no Vale do Acre. "Os infratores foram multados em R$ 3.445,550", enfatizou Forneck.
Apreensão de Madeira - Os fiscais do Ibama apreenderam aproximadamente 13,5 metros cúbicos de madeira de lei. A madeira procedente da zona rural da estrada Transacreana, estava camuflada nas cargas de dois caminhões e duas picapes, para disputar a fiscalização do órgão ambiental. As pranchas de madeira recolhidas ao pátio do Ibama eram das espécies: Castanheira (madeira proibida por lei), Cedro, Cerejeira e Tauari. "O dono da madeira responderá por crime ambiental", disse o superintendente regional do Ibama/Acre.
Anselmo Forneck revelou ainda, que a apreensão aconteceu por volta das 22 horas da noite de sábado, no trevo do Anel/viário de Rio Branco. Os motoristas usavam lonas para despistar que estavam transportando madeira, pois em cima da carga tinha bicicleta e sacos de mantimentos. Assim que os fiscais levantaram a lona, descobriram as pranchas de madeira, retiradas da floresta ilegalmente.
Segundo o superintendente, a estrada Transcreana virou o paraíso dos madeireiros que insistem em burlar a lei. Mas como sabem que durante a fiscalização nas rodovias acreanas são mais intensas, estão atuando na calada da noite. "Estamos com as equipes de fiscais trabalhando 24 horas por dia", enfatizou Forneck. Esta medida busca coibir o contrabando de madeiras-de-lei que estão sendo retiradas ilegalmente da floresta amazônica.
No ano passado, o setor madeireiro exportou aproximadamente 50 mil metros cúbicos de madeira certificada. Esta produção, procedente das áreas manejadas, abasteceu a China (Continente Asiático), Finlândia (Continente Europeu) e Estados Unidos da América- EUA (Continente Americano). O setor abate aproximadamente 32 espécies madeiras, tendo como as principais espécies comercializadas: cerejeira, cedro, camaru-ferro, camaru-cetim, jatobá, angelim catuaba, mirindiba, mulateiro e bâlsamo (madeira dura destinada a confecções de móveis); samaúma, guaribeira, açacú, tauari, fraveira e pinho cuiabano (madeira branca, destinada a produção de laminados e compensados).
(Por Cezar Negreiros, O Rio Branco, 30/10/2007)