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cargill
2007-10-31
A Comissão da Saúde Pública, integrada por parlamentares paraguaios, participará hoje (31/10), a partir das 8:30 horas, de uma conferência de imprensa sobre os danos à saúde da população que a construção do mega Porto Granelero, da empresa multinacional Cargill, a 500 metros do Rio Paraguai, poderá causar.

A localização do Puerto Cargill é uma ameaça à salubridade pública, pois se encontra a somente 500 metros, rio acima, das principais captações de água da Empresa de Serviços Sanitários do Paraguai (ESSAP), que é distribuída para mais de 95% da população do município de Assunção e para habitantes dos municípios de Mariano Roque Alonso, Luque, Fernando de la Mora, San Lorenzo, parte de Limpio e Villa Elisa. São, no total, 1.1 milhões de pessoas em risco.

O presidente da comissão, deputado Ignacio Mendoza (PUNACE-Central) e o deputado Héctor Lacognata, representando a comissão, estiveram ontem no local da construção do porto, para avaliar as denúncias dos movimentos sociais e esclareceram que esta situação compete à saúde, já que se não forem tomadas as medidas necessárias, poderá haver contaminação da água.

A Assembléia Cidadã pela Vida e a Saúde, em comunicado de imprensa, disse que as atuações da Cargill remetem a atos ilícitos, destruição de bosques, violações de direitos trabalhistas, apropriações de genes e mortes de trabalhadores em conseqüência de contaminação.

O ano passado Cargill obteve um lucro de 71 bilhões de dólares por suas vendas combinadas, ou seja: a empresa agro-alimentar, não só obtém dinheiro através de seus transportes e infra-estruturas de armazenamentos de grãos, mas também tem indústrias processadoras que vendem para todo o mundo.

No Paraguai, a Cargill monopoliza 30% das exportações de grãos de soja, no ciclo 2006/07 foram produzidas cerca de seis milhões e duzentas mil toneladas, Cargill vendeu quase um milhão e novecentos mil toneladas.

Por isso, a Assembléia Cidadã disse não confiar "em uma empresa deste tipo que só busca o lucro em detrimento da contaminação do ar, água, do desflorestamento de milhares de hectares de bosques e a morte dos peixes, com a intenção de seguir acumulando para uns poucos, enquanto ocasiona a miséria da grande maioria das pessoas".

Desde princípios do mês de outubro, organizações sociais começaram suas mobilizações para conseguir uma ação judicial que deixasse sem efeito a licença ambiental outorgada à multinacional pela Secretaria de Ambiente (Seam), que permite a construção do porto.

(Adital, 31/10/2007)



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