Chamas tomam conta de áreas dos municípios de Rio de Contas e Utinga Novos focos de incêndio surgiram em mais duas regiões da Chapada Diamantina ontem. O fogo tomou conta de áreas dos municípios de Rio de Contas e Utinga, no norte da região. Outros quatro focos de incêndio, que também tomaram conta do Parque Nacional da Chapada, estão sendo combatidos. Já em Piatã _ região considerada mais crítica _ a situação é considerada estável, segundo o comandante do 11º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM) de Lençóis, tenente coronel Miguel Filho.
Ele afirma que os trabalhos para debelar o fogo foram intensificados nos últimos dias. Ao todo, 56 homens entre bombeiros, brigadistas e voluntários estão trabalhando em esquema de revezamento durante 24 horas com auxílio de helicópteros. “Se não aparecer novos focos de incêndio, acredito que amanhã (hoje) o fogo já esteja totalmente controlado”, garantiu. Para a presidente da organização não-governamental ISA e brigadista em Piatã, Felipe Toé, as chances de que o fogo avance para as áreas residenciais são muito remotas. Ele afirma que, segundo estimativas, cerca de cinco mil hectares de mata já foram destruídos em toda a Chapada.
Em Livramento de Nossa Senhora (Chapada Sul), na região da Serra da Alma, a situação ainda é preocupante. Quatro novos focos surgiram durante o dia de ontem e os trabalhos estão sendo dificultados devido à dificuldade de acesso ao local. Ontem, nove homens e seis brigadistas participaram da ação de combate ao fogo apenas por via terrestre, já que o único helicóptero disponível estava atuando em Piatã. Segundo o tenente Murilo Rocha, do 11º GBM, o único material utilizado nas ações foi a “bomba costal”, uma espécie de mochila que é conectada com a mangueira e possui esguicho de água.
Dos quatro novos focos detectados ontem no Parque Nacional da Chapada Diamantina, um era de grande proporção, segundo o chefe substituto do parque, Cézar Gonçalves. Ele afirma que a região não sofre grandes ameaças porque é monitorada diariamente por cerca de 40 pessoas, entre técnicos do Ibama e voluntários. Segundo Gonçalves, desde o início do incêndio, cerca de 600 hectares de mata já foram destruídos. Ele afirma que em 95% dos casos, o incêndio é por causa criminosa, praticado por garimpeiros, caçadores e proprietários de terra que realizam queimadas na região para limpeza das pastagens.
(Por Cilene Brito,
Correio da Bahia, 31/10/2007)