A um mês de concluir a redação do decreto-lei que torna a Baía da Babitonga a primeira reserva de fauna do país, o Instituto Chico Mendes, responsável pelo estudo do território, resolve abrir a caixa-preta do projeto.
O deputado federal Djalma Berger (PSB) classificou de "infâmia muito grande" as suspeitas da Polícia Federal (PF) de que teria recebido dinheiro em troca da elaboração, pela prefeitura da Capital, da chamada Lei da Hotelaria.
Em entrevista por telefone ontem (30), o irmão do prefeito Dário Berger (PMDB) mostrou irritação com as conclusões do inquérito da Operação Moeda Verde.
- Coloco à disposição de qualquer pessoa e de qualquer órgão meu sigilo fiscal, telefônico, bancário e qualquer outro sigilo que exista. Não tenho nem nunca tive nada a esconder e desafio quem quer que seja a encontrar R$ 1 que não tenha sido fruto do meu suor - desabafou o parlamentar.
No inquérito, a delegada Julia Vergara sugere que o suposto pagamento de R$ 500 mil para a campanha de Djalma a deputado federal teriam sido acertados em uma reunião da ONG FloripAmanhã, realizada em 27 de setembro de 2006, da qual o prefeito teria participado.
A presidente da ONG, Anita Pires, afirmou que as suspeitas da PF "não correspondem com a verdade dos fatos". De acordo com ela, o advogado da entidade vai solicitar à delegada que esclareça a origem da informação. Segundo Anita, a delegada Vergara "foi enganada por alguém".
- O prefeito Dário Berger nunca participou de reuniões de trabalho da FloripAmanhã. A presença do prefeito ocorreu em um único evento da ONG, no dia 28 de novembro de 2006, no Museu Cruz e Sousa, durante o lançamento da campanha Viva Bem Floripa, que, entre outras ações, promove a revitalização de ruas por meio de adoções - destacou.
Anita encaminhou ao Diário Catarinense a lista de presença e a ata da reunião do dia 27 de setembro e da qual, segundo a PF, Dário teria participado. O nome do prefeito, porém, não consta entre as 16 assinaturas. A presidente da ONG considerou "estranho" o fato de nenhum representante da entidade ter sido chamado pela Polícia Federal para prestar esclarecimentos durante as investigações da Operação Moeda Verde.
A chamada Lei da Hotelaria, que concede descontos em impostos municipais para empresas do setor turístico, foi aprovada no ano passado pela Câmara, mas não chegou a ser regulamentada pelo prefeito.
(Por João Cavallazzi,
Diário Catarinense, 31/10/2007)