Depois de dois dias de debates na França para tentar engajar o país em uma “revolução verde”, o presidente Nicolas Sarcozy foi convocado a falar sobre o assunto da taxa de carbono. Essa medida, que compõe o pacto ecológico de Nicolas Hulot, consiste em taxar os produtos em função de suas emissões de dióxido de carbono (CO2), principal gás causador do efeito estufa. Sarkozy se comprometeu a estudar a criação de uma taxa “clima-energia”. Ele anunciou também um programa de um bilhão de euros para o setor energético e de novas tecnologias, que terá a duração de quatro anos. As energias renováveis deverão representar 20% da produção francesa até 2020.
Para o setor de transportes, a prioridade foi dada para a questão ferroviária. A linha francesa TGV deverá haver dois mil quilômetros de trilhos suplementares até 2020, desenvolvendo consideravelmente este tipo de transporte, o qual contribui para uma economia menos intensiva em emissões de dióxido de carbono. Já os bondes, terão uma ampliação dos trilhos de 1,5 mil quilômetros.
Um sistema de bônus será organizado para a compra de veículos mais eficientes, incentivando a retirada de circulação de automóveis mais antigos. Assim, os veículos pesados que circulam na França deverão pagar uma ecotaxa.
O objetivo é reduzir a quantidade de caminhões nas auto-estradas, graças ao incentivo ao transporte ferroviário. Apesar das controvérsias, também foi discutida a redução da velocidade máxima nas auto-estradas em 10 km/h, o que permitiria economizar dois milhões de toneladas de CO2 por ano, segundo ecologistas.
O setor residencial é um dos maiores responsáveis pelas emissões de gases do efeito estufa na França, consumindo 42,5% da energia utilizada. Nas novas construções, o objetivo é reduzir o consumo de energia de 240 kWh para 50 kWh em um período, de no máximo, quatro anos. Quanto às antigas, os prédios públicos serão renovados dentro de uma lógica de economia térmica e uma série de medidas serão tomadas nas residências particulares para incentivar a economia energética, como empréstimos de “CO2” a taxas reduzidas.
(CarbonoBrasil,
Ambiente Brasil, 31/10/2007)