A partir do próximo ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pretende levar em conta os bens não-físicos das empresas, como os investimentos em tecnologia, conhecimento e transparência, na hora de analisar crédito e conceder empréstimos. A informação foi confirmada nesta terça-feira (30/10) pelo presidente da instituição, Luciano Coutinho.
Na segunda-feira (29/10), a instituição havia anunciado uma parceria com a Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) para criar um método para avaliar os bens não-físicos das empresas (também chamados de bens intangíveis), como marcas e patentes, design, e governança corporativa – maneira como a empresa é administrada. A metodologia está sendo testada em quatro empresas.
Coutinho participou nesta terça-feira (30/10) do seminário internacional Avaliando o Capital Intangível no Brasil, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Segundo o presidente do BNDES, os resultados dos testes desenvolvidos em conjunto com a Coppe/UFRJ contribuirão para o aperfeiçoamento dessa metodologia. “Espero que, em 2008, a gente possa submeter à diretoria uma nova metodologia e que ela possa começar a ser implantada na avaliação das empresas, especialmente na área de alta tecnologia”, destacou.
Para o presidente do BNDES, a adoção de estratégias inovadoras pelas empresas, apesar dos riscos e das incertezas, resulta em ganhos em termos de liderança e competitividade. Ele citou o exemplo do Japão, que adotou uma política de apoio aos capitais não-físicos, especializando-se em microeletrônica e semicondutores, dentro de uma política industrial baseada na inovação. Segundo Coutinho, quando transformada em produtos e processos, a inovação passa a ser quantificada, isto é, transforma-se em um ativo e pode ser patenteada.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 30/10/2007)