Os temporais que causaram destruição em diferentes pontos do Estado poderão se repetir hoje com ventos de até 70 km/h, principalmente nas regiões Oeste, Centro e Norte, segundo alerta da Secretaria Nacional de Defesa Civil. Um dos municípios mais atingidos, Vacaria, nos Campos de Cima da Serra, estremeceu na noite de domingo com uma ventania que pode ter chegado a 130 km/h, segundo a estimativa da Defesa Civil com base nos estragos deixados.
Embora a chuvarada não tenha durado mais do que 30 minutos, cerca de 200 residências, prédios públicos e empresas foram destelhados na cidade, que entrou em situação de emergência. Ninguém se feriu. Ontem, o gerente Luis Henrique Abel olhava três silos de armazenagem de grãos da EZ Cereais arrancados do chão e parecia não acreditar no que via. As estruturas de aço galvanizado às margens da BR-285 têm 20 metros de altura cada uma e foram amassadas pelo vento como se fossem de papel. Abel estima que serão necessários 60 dias para retomar parcialmente as atividades e seis meses para a reconstrução total. Os danos ainda não foram contabilizados. Segundo o gerente, todos os equipamentos da empresa estão avaliados em R$ 7 milhões. Ele acredita que o prejuízo possa chegar a 70% desse valor.
O gerente da granja Solar Comércio e Agronegócios, Adelson Nicolodi, também não sabia precisar o valor financeiro dos estragos. Foram totalmente destruídos dois aviários, na localidade de Capão do Índio, onde ficavam cerca de 32 mil pintos de até cinco semanas. Uma máquina para aquecer os animais em uso há apenas duas semanas, que havia custado R$ 15 mil, foi danificada. Além de ovos quebrados, centenas de aves mortas pelo efeito do granizo, do vento e por causa da queda do aviário formavam um tapete em frente aos escombros. Toda a ração das aves ficou molhada. Sem água, Nicolodi não sabia como alimentar os bichos sobreviventes.
O vento forte derrubou também 10 torres de distribuição de energia, o que acarretou em falta de luz e água na cidade.
- As telhas voavam - contou a dona de casa Eva Neves da Silva, 50 anos, moradora do bairro Municipal.
*Colaborou Juliana Almeida
(Kelly Pelisser,
Zero Hora, 30/10/2007)