A revolta de índios do Parque Nacional Indígena do Xingu, no norte de Mato Grosso, chegou ontem (29) ao seu quinto dia. Onze funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) são mantidos reféns desde quinta-feira. Os índios protestam contra a exoneração do chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena do Xingu (Dsei), Jamir Ferreira. Ontem, a enfermeira Marli Delazari que faz parte do grupo, foi libertada para prestar assistência a um índio que está doente e precisava ser hospitalizado em Sinop, a 500 quilômetros de Cuiabá. Ela terá de retornar à Aldeia Pavuru, conforme acordo com os índios.
Segundo Marli, os funcionários da Funasa, entre eles, um médico, um nutrólogo, um dentista e técnicos de diferentes áreas, não sofreram agressões ou maus tratos. "Fomos bem tratados e podíamos circular na aldeia, mas ficamos retidos. Se a direção da Funasa não for até a aldeia e dialogar com os líderes indígenas a situação pode ficar mais preocupante", disse.
O presidente do Conselho Regional de Saúde Indígena do Xingu, Marcelo Kamaiurá Iurí, disse que a Funasa não consultou os índios antes de exonerar Jamir Ferreira. Em dois anos, ele teria desenvolvido um trabalho pioneiro na região. "Fomos surpreendidos com a decisão da Funasa e não aceitamos", afirmou. O coordenador estadual da Funasa, Marco Antonio Santangerlin, se reúne amanhã com índios na Aldeia Pavuru. Sob pressão, ele deve suspender o ato de exoneração e manter Jamir no cargo.
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Agência Estado, 29/10/2007)