Prefeito diz que secretário é inocente e afirma que não tem pressa sobre processo administrativo O prefeito de Florianópolis, Dário Berger (PMDB), disse ontem que ainda não decidiu se aceita o pedido de demissão do presidente do Instituto de Planejamento Urbano da cidade (Ipuf), Ildo Rosa.
Delegado federal licenciado e secretário de Defesa do Cidadão, Ildo Rosa encaminhou a carta de demissão motivado pelas denúncias da qual foi alvo na Operação Moeda Verde. Rosa foi indiciado por formação de quadrilha e co-autoria em advocacia administrativa, além de ser suspeito de vazar informações para o ex-vereador Juarez Silveira (sem partido). Ele também nega todas as acusações e diz que vai voltar para a Polícia Federal (PF).
Após a posse do novo secretário de Comunicação da prefeitura, Paulo Arenhart, Dário voltou a afirmar que acredita na inocência de Rosa, um dos 54 indiciados no relatório da Polícia Federal. O prefeito afirmou, ainda, que não terá "pressa" para decidir sobre o processo administrativo solicitado por Ildo Rosa para investigar os servidores do Ipuf citados no relatório da PF. Mesmo que Berger aceite sua demissão, Ildo Rosa deve continuar no cargo até o fim do ano, para dar seqüência a projetos em andamento, como o Plano Diretor, por exemplo.
O arquiteto José Rodrigues Rocha, outro dos 54 indiciados pela Polícia Federal, foi afastado da função de coordenador do Plano Diretor. A PF apurou que Rocha recebeu dinheiro e um terreno de uma empresa do setor imobiliário a título de "assessoria especial".
Amanhã dois novos secretários municipais devem ser empossados. O ex-vereador João Aderson Flores deve assumir a Secretaria de Governo e Edson Lemos vai para o Instituto de Geração de Oportunidades de Florianópolis.
Ontem (29), Dário afirmou também não temer ter seu sigilo telefônico quebrado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. O pedido foi feito pela delegada Julia Vergara, responsável pelo inquérito da Operação Moeda Verde. A delegada diz que a quebra do sigilo telefônico do prefeito e do empresário Fernando Marcondes de Matos é necessária para comprovar um suposto repasse de R$ 500 mil à campanha do irmão de Dário, o deputado federal Djalma Berger (PPS), por conta da elaboração da chamada Lei da Hotelaria. Todos negam as suspeitas.
(Por João Cavallazzi,
Diáro Catarinense, 30/10/2007)