Quais são os parâmetros que estabelecem a definição dos mosaicos de áreas protegidas e determinam sua gestão? Essas são temáticas ainda em construção e serão discutidas, pela primeira vez em Manaus, durante o “Seminário Mosaicos de Áreas Protegidas no Amazonas”.Realizado a partir de uma parceria entre O WWF-Brasil, o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), o Centro Estadual de Unidades de Conservação (CEUC/SDS Amazonas) e a Cooperação Técnica Alemã (GTZ), o evento acontecerá nos dias 29 e 30 de outubro, das 8h às 18h, no Adrianópolis Apart Service Hotel, e contará com a participação de cerca de 60 técnicos de diferentes instituições e de órgãos ambientais do Amazonas.
As áreas protegidas funcionam como importante barreira à expansão do desmatamento e degradação ambiental, impulsionada pela expansão da soja, da pecuária e pela grilagem. E os mosaicos estão baseados na conservação da natureza e no manejo sustentável dos recursos naturais e norteados pela articulação das iniciativas promotoras da gestão ecossistêmica em um determinado território composto por áreas protegidas e pelas zonas de interstício entre elas, visando à conservação ambiental e à melhoria da qualidade de vida das populações locais.
“O objetivo do evento é debater e ordenar agendas de trabalho de maneira a proporcionar um ambiente de interação entre os principais agentes sociais e governamentais envolvidos com essas questões”, explicou Marcos Pinheiro, técnico de conservação do Programa de Áreas Protegidas e Apoio ao Arpa do WWF-Brasil e coordenador do evento. A iniciativa procura também integrar ações nos conjuntos de áreas protegidas existentes no estado do Amazonas, tendo como foco as regiões do rio Negro, Sul do Amazonas, baixo Purus e rio Solimões.
Assunto ainda pouco debatido, a definição de parâmetros para a gestão desse tipo de modalidade de unidade de conservação - que prevê a reunião de parques, reservas biológicas, terras indígenas, reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs) e outras áreas protegidas para a formação de um corredor ecológico contínuo - pode contribuir para fortalecer e otimizar a presença governamental em regiões de difícil acesso, planejando e executando atividades interinstitucionalmente. A iniciativa também deve fomentar oportunidades para aumentar a participação da sociedade civil na definição de objetivos e ações a serem realizadas nestas regiões.
A metodologia do seminário permitirá aos participantes definirem, ainda de forma conceitual e abstrata, como os principais objetivos das áreas protegidas (conservação, pesquisa, turismo, uso sustentável dos recursos naturais, entre outros) podem ser planejados na escala de cada unidade e na escala do mosaico das áreas protegidas, identificando maneiras para estabelecer ações compartilhadas e definição de atribuições. As diferenças na composição dos conselhos dessa modalidade também estarão em pauta do evento.
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WWF Brasil, 27/10/2007)