Um incêndio que começou às 10 horas do último domingo (28) queimou cerca de 50 hectares do Parque Estadual de Itaúnas, em Conceição da Barra, no norte do Estado. O fogo só foi controlado nesta segunda-feira (29), depois de intensa luta e mobilização de 30 pessoas, entre moradores, bombeiros e equipes de brigada de incêndio.
“O fogo começou em uma área de alagado de difícil acesso e seguiu contínuo até a mata. Tentamos impedir que o fogo passasse da região de alagado para a mata, mas não foi possível, então, fizemos um aceiro para impedir que o fogo se alastrasse ainda mais e atingisse as casas da região”, ressaltou o gerente do parque, André Tebalde.
Segundo André, há suspeita de que o incêndio tenha começado depois que um morador limpou sua propriedade e ateou fogo em folhas secas que, com o vento, foram levadas para a região do alagado.
Anderson Guimarães, morador da vila de Itaúnas, contou sobre o esforço para conter o incêndio. “Passamos o dia tentando conter o fogo, e com bombas nas costas, de 13h às 19h30. Também foram usados três caminhões de água”, contou ele.
Além dos moradores, também foram mobilizadas equipes da brigada de incêndio das Unidades de Conservação (UC) do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Corpo de Bombeiros da região.
Os prejuízos ambientais ainda não foram calculados, mas a informação é que boa parte da área de alagado foi queimada. Apesar de controlado, ainda há pequenos focos de incêndio no local e as equipes permanecem na vila, até que haja segurança de que o incêndio não recomeçará.
“Está muito seco e há muito vento, as equipes não sairão daqui até acabar com todos os focos de incêndio”, ressaltou André. Durante toda a madrugada as equipes se mantiveram em vigília para impedir que o fogo se alastrasse.
O Parque Estadual de Itaúnas possui 3.200 hectares e representa uma amostra significativa de ecossistemas ligados à bacia do rio Itaúnas e à região costeira. No parque estão representados ambientes terrestres, como a mata de tabuleiro, fragmento florestal em extinção no Espírito Santo, ambientes costeiro na faixa de cordão arenoso formador das restingas e dunas, ambientes estuarinos de mangues, uma extensão expressiva do rio Itaúnas e a mais representativa região de alagados do Espírito Santo.
Considerada um dos mais belos locais do Estado, é freqüente a visita de profissionais desenvolvendo atividades científicas relacionadas à preservação, tais como pesquisa, catalogação de espécies animais, acompanhamento do ecossistema botânico, monitoração dos mangues, estudos hidrológicos e etc.
(Por Flávia Bernardes,
Século Diário, 30/10/2007)