Pelo menos 12 pessoas morreram e muitas outras desapareceram nesta segunda-feira (29/10) na República Dominicana, devido à passagem da tempestade tropical Noel, que causou chuvas torrenciais na ilha de Hispaniola. A Comissão Dominicana de Emergência Nacional declarou alerta vermelho em seis províncias e na capital, Santo Domingo, por causa da chuva. A 14ª tempestade da temporada de furacões de 2007 no Atlântico despejou entre 25 e 51 centímetros no país e em seu vizinho, o Haiti.
Em algumas áreas, a precipitação podia chegar a 76 centímetros, disse o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos. Em Bonao, 90 quilômetros ao norte de Santo Domingo, pelo menos cinco pessoas morreram na enchente, segundo autoridades locais. Cinco outras mortes foram registradas em San José de Ocoa, a 135 quilômetros da capital, e a rádio local afirmou que houve duas mortes no distrito de Santo Domingo.
Os pousos e as aterrissagens no aeroporto internacional de Santo Domingo foram cancelados. A tempestade estava passando sobre o Haiti, e segundo o centro de furacões dos EUA o sistema deve passar perto do extremo leste de Cuba, para depois atravessar as Bahamas e seguir para o Atlântico. A previsão é que a tempestade não passe pela Flórida nem pelas instalações de gás e petróleo no golfo do México.
Embora o sistema tenha passado pela capital haitiana, Porto Príncipe, os piores efeitos parecem ter sido sentidos na República Dominicana. O Haiti, o país mais pobre do continente americano, é especialmente sujeito a enchentes porque 90 por cento de suas florestas foram derrubados, principalmente para produzir carvão. A República Dominicana possui mais vegetação.
Em 2004, a tempestade tropical Jeanne matou 3.000 pessoas na cidade portuária de Gonaives, no Haiti. Na primavera do mesmo ano, enchentes no sul do país mataram mais 2.000. A temporada de furacões do Atlântico dura seis meses e vai até o fim de novembro. Embora o número de sistemas - 14 - deste ano esteja acima do normal, não chega aos pés de 2005, quando foram registradas 28 tempestades, e furacões enormes, como o Katrina, castigaram os Estados Unidos.
(Estadão Online,
Ambiente Brasil, 30/10/2007)