O governo da Rússia anunciou nesta segunda-feira (29/10) o vazamento de um líquido radioativo na usina Mayak, na região dos montes Urais. Fontes oficiais tentam minimizar o fato, alegando que o vazamento não gera perigo aos habitantes. O Ministério de Situações de Emergências da Rússia afirmou que uma vedação defeituosa permitiu que o líquido radioativo vazasse de um reservatório e se espalhasse por cerca de 1,5 quilômetro de uma estrada na usina. O incidente teria ocorrido há quatro dias, na última quinta-feira (25/10).
"Ninguém ficou ferido", afirmou o ministério, em comunicado. "Os níveis radioativos dentro da usina e fora dela são normais e absolutamente inofensivos", continuou. A usina de Mayak foi local de uma série de acidentes em 1949, 1957 e 1967, que foram ocultados pelo governo Soviético.
Segurança A promotoria local afirma que regras de segurança implementadas de maneira errada na usina permitiram o vazamento. "Depois de uma investigação foi descoberto que o vazamento de líquido radioativo ocorrido na quinta-feira foi resultado de diversas violações às regras de segurança", afirma o órgão, em nota.
Funcionários que trabalham em situações de emergência afirmaram que eles foram notificados às 16h30 no horário local daquele dia e que eles trabalharam durante toda a noite para limpar o piso contaminado. "O vazamento ocorreu longe de lugares populosos", afirma o ministério russo. "A situação é inofensiva para os funcionários da usina e para os habitantes das vilas mais próximas", complementa.
Poucos detalhes "Nós ainda temos poucos detalhes sobre o acidente", afirma Vladimir Chuprov, líder do Greenpeace na Rússia. "Mas nós acreditamos que há problemas sistêmicos maiores em Mayak". A organização afirma que a usina é um dos lugares com maior índice de radioatividade no planeta e que os habitantes da região ainda sofrem com o acidente ocorrido em 1957 em Mayak, que expôs milhares de pessoas à radiação. O acidente foi considerado um dos maiores desastres nucleares ocorridos na então União Soviética, até o desastre de Chernobyl, em 1986.
(Folha Online,
Ambiente Brasil, 30/10/2007)