(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
madeira ilegal da amazônia Greenpeace
2007-10-30

Investigações paralelas conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela organização internacional de defesa do meio ambiente Greenpeace revelaram indícios de um esquema de assentamentos ilegais em benefício de madeireiras no oeste do Pará.

“Estamos na fase de obtenção de informações. Conseguimos quebrar os sigilos fiscal, bancário e telefônico dos funcionários afastados e, com a chegada das informações, elas serão confrontadas com os depoimentos que forem efetivados. Também será feita uma auditoria pela Controladoria Geral da União (CGU)  na superintendência afetada”, informou  em entrevista à Agência Brasil o procurador da república em Altamira, Marco Antônio Delfino de Almeida, que acompanha a investigação.

A assessoria de imprensa do Incra, em Brasília, informou que a diretoria da instituição está reunida no Ministério do Desenvolvimento Agrário, para definir uma posição a respeito das supostas irregularidades naqueles assentamentos e que somente nesta terça-feira (30/10) deverá ser divulgada uma nota oficial.

No último dia 18, a Justiça Federal determinou o afastamento do então superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Santarém, Pedro Aquino de Santana, e outros quatro servidores suspeitos de comandarem o esquema. Desde agosto, também por decisão judicial, 99 assentamentos na região estão interditados.

A superintendência do Incra em Santarém foi criada em maio de 2005. No ano passado, realizou 97 assentamentos que, em tese, teriam beneficiado 33 mil famílias. As investigações do MPF e da Greenpeace identificaram falta de laudos agronômicos e de licenciamento ambiental, além de cadastros adulterados. Assim os assentamentos eram criados no papel, mas destinados na prática ao desmatamento de áreas florestais para extração de madeira. Seriam espécies de “assentamentos fantasmas”.

“O Incra criou assentamentos em área de interesse da indústria madeireira e não dos trabalhadores sem-terra. Várias áreas estão nessa situação, sem ninguém lá dentro, apesar de assentados estarem formalmente na lista de beneficiários da reforma agrária”, explicou o procurador Delfino de Almeida.

Segundo o ativista do Greenpeace na Amazônia, André Muggiati, associações de assentados atreladas aos madeireiros forneciam listas para o Incra, compostas em sua maioria por pessoas que vivem na periferia de Santarém: "Fazer assentamentos de modo tradicional em florestas da Amazônia é algo inadequado. É um crime, disfarçado de  modalidade que permite o uso sustentável de recursos naturais."

O procurador acrescentou que "as ilegalidades tem uma relevância patrimonial significativa: cada cadastro irregular gera um prejuízo aos cofres públicos de pelo menos R$ 4.800,00, valor imediatamente repassado pelo Governo ao beneficiário da reforma agrária”. Segundo ele, uma vez  constatada a improbidade administrativa, caberá aos envolvidos no esquema o ressarcimento, o pagamento de multas e, provavelmente, responder a ações penais.

A assessoria da superintendência do Incra em Santarém informou que no dia 18 de outubro foi firmado com procuradores da República na região um acordo que prevê uma série de ações corretivas nos 99 assentamentos interditados por decisão judicial, no mês de agosto. Uma força-tarefa formada por servidores de Brasília e da superintendência regional trabalharia em conjunto para concluir a regularização fundiária e implantação dos assentamentos.

Entretanto, segundo Delfino de Almeida, nem tudo está sendo cumprido: “O acordo firmado foi inócuo até aqui. O Incra ficou de apresentar uma lista no dia seguinte, com um cronograma de ações em  áreas que serão efetivamente regularizadas, mas o documento não foi entregue”.

(Por Marco Antônio Soalheiro, Agência Brasil, 29/10/2007) 


 


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -