Proposta encaminhada ao Senado chileno quer proteger animais em águas territoriais do país contra a caça dita científica. Representantes de 15 ONGs latino-americanas especializadas em pesquisa com cetáceos enviaram proposta ao parlamento chileno para a criação de um santuário de baleias em águas territorias do país. O Chile será sede, em junho do ano que vem, o 60o. encontro anual da Comissão Internacional de Baleias (CIB).
Segundo o texto do acordo proposto, o santuário de baleias deve proibir completamente as operações de caça comercial e científica para assegurar a conservação da diversidade de espécies de cetáceos encontrados nas águas chilenas.
O Senado chileno aprovou acordos semelhantes no passado. Em 2006, os senadores aprovaram a necessidade de se garantir maior prioridade à preservação das baleias e seu ecossistema como parte da política externa do país, e em 2007 o Senado reconheceu a necessidade de uma política nacional de conservação e uso não-letal dos cetáceos.
O grupo de ONGs inclui representantes do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México, Panamá, Uruguai e Venezuela, que discutiram também o estabelecimento de outros santuários para baleias em outras regiões do mundo, o desenvolvimento responsável do turismo de observação de baleias e o fortalecimento de programas de pesquisa de cetáceos.
O grupo de ONGs é coordenado pelo Centro de Conservação de Cetáceos (CCC), do Chile, pelo Instituto de Conservação de Baleias (ICB), da Argentina, pela Fundação Cethus, também da Argentina, e apoiado pelo Fundo Internacional para a Proteção Animal e de Habitats (IFAW)
"O Chile pertence ao bloco de países latino-americanos conservacionistas que está trabalhando ativamente na CIB para assegurar uma lei soberana que permita o uso não-letal das baleias no hemisfério sul", afirmou a presidente do CCC, Bárbara Galletti. "O paradoxo resultante disso é que de acordo com a atual lei chilena, espécies cetáceas são protegidas apenas por uma medida administrativa de pesca, que proíbe sua captura até o ano de 2025. Acreditamos que o encontro de ONGs em Santiago é uma oportunidade valiosa para avançarmos em direção ao estabelecimento de um santuário de baleias no Chile, que reflita mais exatamente uma política externa que aproxime o país do padrão internacional em conservação e uso não-letal de cetáceos e do interesse público." O Japão inicia em novembro sua temporada de caça "científica" nos mares do sul e pretende matar 945 baleias, entre fins, jubartes e minkes.
(Envolverde/Greenpeace, 29/10/2007)