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biocombustíveis zoneamento silvicultura
2007-10-10
Agência FAPESP – Para que a produção brasileira de biocombustíveis dê um salto de competitividade, o Brasil precisa de uma estratégia de ampliação do domínio tecnológico de diversas matérias-primas que associe novas culturas aos “clusters” – ou arranjos produtivos e tecnológicos – regionais.  A idéia foi defendida por Frederico Durães, chefe-geral da Embrapa Agroenergia, durante o primeiro dia da Conferência Internacional dos Biocombustíveis (Enerbio), nesta terça-feira (9/10), em Brasília.

Segundo Durães, a identificação de áreas preferenciais para a expansão de um determinado cultivo não pode considerar apenas os parâmetros técnicos de ordem física, como qualidade de solo e clima. É preciso observar os marcos regulatórios das regiões em questão. “A política de expansão precisa acompanhar as vocações dos arranjos produtivos locais e os marcos regulatórios: se há outros tipos de envolvimento estratégico entre iniciativa pública e privada, se há estrutura urbana, se há rios, reservas florestais ou reservas indígenas, por exemplo”, disse Durães á Agência FAPESP.

Segundo ele, o Ministério da Agricultura está empenhado em um trabalho de mapeamento de áreas preferenciais e de áreas vetadas para expansão de espécies que sirvam de matéria-prima para etanol ou biodiesel. “O objetivo é aprofundar alguns zoneamentos agroclimáticos de risco. Dentro dessas diretrizes, o país terá em alguns anos um conhecimento aprofundado das melhores áreas para expansão”, afirmou.

Para Durães, neste momento o foco do país nos desafios mundiais para a agroenergia é o investimento em gestão. “Como os negócios em agroenergia viraram commodities, é preciso levar em conta não apenas fatores clássicos de produção, como terra, capital e trabalho, mas também os fatores logísticos, industriais e de mercado. Cada território precisa dimensionar sua vocação e definir sua vantagem comparativa”, destacou.

O biodiesel e o etanol, segundo Durães, seriam duas plataformas igualmente fundamentais para o Brasil, mas estão em estágios tecnológicos diferentes e em arranjos produtivos distintos. “No caso do etanol, temos um parque sucroalcooleiro baseado em cana-de-açúcar e uma grande possibilidade de expandir para outras regiões potenciais”, disse.

Etanol de fontes diversas
Para o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, o país tem uma situação confortável a curto prazo, mas a demanda mundial por etanol é crescente e será preciso dimensionar a capacidade de crescimento. “Temos que sair de uma visão convencional do sistema do negócio produtivo para uma incremental, em função dessa grande demanda internacional.”

Em decorrência disso, o país precisaria produzir etanol de outras fontes além do caldo da cana. “Precisamos incorporar regiões importantes no Brasil com outros tipos de matéria-prima, de forma competitiva, ou seja, com aprimoramento do conhecimento técnico-cientifico”, afirmou.  No caso do biodiesel, disse o cientista, o processo ainda está em fase inicial, mas deve seguir os passos do etanol. “A lei de Biodiesel é de 2005. Na fase atual, o Brasil precisa consolidar o programa. A lei prevê o B2 autorizativo, ou seja, 2% do biodiesel incorporado na matriz em 2007. Tivemos êxito nisso, o que mostra que temos uma grande possibilidade de chegar em 2008 ao B2 obrigatório”.

A partir daí, de acordo com Durães, o país caminhará para uma expansão do programa rumo ao B5 (5% de biodiesel incorporado). “A lei previa isso para 2013, mas o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal] antecipou a meta para 2010, com 3,3 bilhões de litros. Temos alguns gargalos e precisamos construir com rapidez um conhecimento sólido.”

O primeiro passo para superar os gargalos do biodiesel, segundo Durães, é conseguir o domínio tecnológico de algumas matérias-primas que possam, em várias regiões, reduzir o monopólio da soja. “A soja pode e deve aumentar em termos absolutos sua participação no mercado, mas acho que com o domínio tecnológico de outras espécies, a participação relativa da soja deverá diminuir. Isso porque, devido às diferentes plasticidade genética e fenotípica das espécies vegetais – ou seja, a adaptabilidade de acordo com diferentes ambientes e territórios – cada uma será mais própria para cada região”, explicou.

Para Durães, é preciso buscar o domínio tecnológico em dois patamares diferentes: as culturas convencionais que produzem de 500 a 1 mil litros de óleo por hectare e o grupo de culturas que pode produzir acima de 3 mil litros de óleo por hectare.

“Estamos fazendo um esforço concentrado de pesquisa para que nos próximos cinco anos tenhamos esse domínio de forma organizada. Mas é o tempo que precisamos para consolidar o biodiesel como matriz competente dentro de energia de biomassa. Cinco a dez anos é um prazo razoável. Em cana-de-açúcar, tivemos esse grande desenvolvimento tecnológico nos últimos 30 anos”, destacou.

(Por Fábio de Castro, Fapesp, 10/10/2007)

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