O complexo industrial da Granol/Grandiesel, na área junto ao Porto de Cachoeira do Sul, está 100% aprovado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para funcionar a pleno vapor. Na quarta-feira, a indústria de biodiesel, a Grandiesel, recebeu o sinal verde para ligar as máquinas. A Granol, que faz a primeira etapa de industrialização, recebendo e esmagando a soja, está desde o início do ano liberada pela Fepam. Imediatamente, o documento liberando a Grandiesel para o início das atividades não é tão importante quanto a sua simples existência para credenciar a empresa nos leilões de contratos de fornecimento de biodiesel. Os leilões promovidos pelo Governo Federal estão previstos para acontecer nos próximos dois meses.
Na tarde de ontem, o gerente da área de novos projetos da Granol, Cláudio Tonol, comemorou a liberação ambiental e revelou os planos para ampliação da empresa em Cachoeira do Sul. Segundo Tonol, há mais de um mês está tramitando junto aos bancos BNDES e Caixa/RS o pedido de financiamento para investir mais R$ 50 milhões no complexo industrial de Cachoeira do Sul. Segundo ele, a meta é ampliar de unidade de esmagamento das atuais 1,2 mil toneladas/ano para pelo menos 2 mil toneladas/ano. Com isso, a Grandiesel poderia produzir até 140 milhões de litros do biocombustível. “A licença que recebemos da Fepam é para produção de 100 milhões de litro ao ano, mas já estamos nos preparando para aumentar essa capacidade em 40%”, destacou Tonol.
AGILIDADEO coordenador da Granol/Cachoeira do Sul, Armando Hiroshi, salientou ontem a eficiência do secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Otaviano Brenner de Moraes, a quem a indústria recorreu pedindo agilidade na liberação da licença de operação. “Sabemos da responsabilidade da Fepam e do Governo do Estado com as questões ambientais. O secretário de Meio Ambiente entendeu nossa necessidade e percebeu que a Granol também é uma empresa que respeita o meio ambiente”, analisou Hiroshi. O pedido de licença de operação da Granol foi protocolado no início deste mês. A agilidade no licenciamento foi um dos pedidos da Câmara de Comércio, Indústria e Serviço de Cachoeira do Sul (Cacisc), no último dia 8, em reuniões da Cacisc ao Meio-dia com o secretário estadual de Meio Ambiente.
ImportanteA inauguração festiva da Grandiesel, empreendimento de quase R$ 70 milhões, ainda não tem data para acontecer. Segundo Cláudio Tonol, antes de pensar em festa a empresa precisa superar outros três obstáculos que estão no caminho dos leilões de contrato. Os processos são todos burocráticos. Um na Agência Nacional de Petróleo, outro na Receita Federal e o último no Ministério de Desenvolvimento Agrário, onde a Granol pretende obter o Selo Social, marca que dá descontos significativos no pagamento de impostos. “A licença de operação na parte ambiental era uma das mais complicadas. Os próximos passos são difíceis, mas nossas expectativas são boas para garantir a participação nos leilões”, observou Tonol.
TRÊS PERGUNTAS PARA Carlos Otaviano Brenner de Moraes,secretário estadual de Meio AmbienteComo o senhor conseguiu agilizar e garantir para os cachoeirenses uma das conquistas mais importantes para a cidade?
“Priorizando os processos conforme a relevância social, ambiental e econômica do empreendimento para a comunidade”.
A agilidade nos licenciamentos, com responsabilidade, é uma nova política que o senhor está implementando?
“Sim. Temos que agir com maior agilidade, qualidade e responsabilidade para não travar o desenvolvimento econômico e social do estado”.
De que forma a Grandiesel pode colaborar no processo de desenvolvimento da economia gaúcha?
“Pela importância ambiental da tecnologia empregada e pelo destino nobre que será dado à soja. O empreendimento contribuirá para o desenvolvimento e a sustentabilidade na região e no estado”.
ATENÇÃOA inauguração da Grandiesel em Cachoeira do Sul é um fato tão importante para a história do município que está sendo cogitada a possibilidade do presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, participar da cerimônia. “Antes da inauguração, precisamos dos investimentos do poder público para arrumar a estrada de acesso, que é de terra e estreita. Precisamos de infra-estrutura para engrenar todas as etapas de operação”, destacou Tonol. O prefeito Marlon Santos disse ontem que está apertando ao máximo as contas e procurando junto ao Governo do Estado e União alternativas para atender as necessidades da Granol. “Cachoeira do Sul já está mudando seu perfil econômico. Com o início da produção de biodiesel, o crescimento poderá ser percebido de forma mais evidente”, projetou Marlon.
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Jornal do Povo, 26/10/2007)