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exploração de urânio
2007-10-26
O Brasil dominará totalmente o ciclo de produção de energia nuclear em 2010, quando o país não dependerá mais de outras nações para enriquecer urânio, previu hoje o comandante da Marinha, o almirante Júlio Soares de Moura Neto.

O comandante afirmou nesta quinta-feira, dia 25, no Senado que condicionou o cumprimento do prazo à promessa do Governo de investir R$ 1 bilhão nos próximos dois anos.

Segundo o comandante militar, o Programa Nuclear Brasileiro país passou os últimos sete anos "em estado vegetativo", mas voltará com força em 2008. Para o próximo ano está previsto um primeiro investimento de R$ 130 milhões.

Esse valor será destinado à conclusão do Projeto do Laboratório de Geração Núcleo-Elétrica. O programa permitirá a construção de um reator com uma potência de 11 megawatts, com capacidade para iluminar uma cidade com 20 mil habitantes, segundo o comandante.

O programa construirá geradores de energia elétrica e propulsores de submarinos nucleares, uma das grandes ambições conquistadas pela Marinha nas últimas três décadas.

O comandante afirmou que desde 1979, quando começou o projeto, o Brasil já investiu um total de US$ 1,1 bilhão.

Moura Neto disse que apesar de o Brasil já conhecer a tecnologia usada para elaborar o combustível nuclear, várias etapas ainda devem ser realizadas no exterior.

O país produz o mineral de urânio, conhecido como "yellow cake", mas envia em estado bruto para o Canadá, onde é gaseificado e enriquecido.

Em seguida, retorna ao Brasil e é transformado em pastilhas usadas para o funcionamento das usinas de Angra 1 e Angra 2.

Moura Neto afirmou hoje que caso se cumpra o ritmo de investimento anunciado pelo Governo, o país conseguirá gaseificar o "yellow cake" a partir de 2014, e assim entrará no grupo exclusivo de países que realizam todo o ciclo de produção de energia nuclear.

Além disso, o comandante previu que o país completará a construção do submarino nuclear em 2020. Com isso, a Marinha terá "uma arma potente com um grande poder de dissuasão".

O programa nuclear brasileiro teve um forte impulso durante o regime militar (1964-1985) e quase não avançou por falta de recursos até 2006, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu retomá-lo para diversificar as fontes de energia.

Apesar das críticas de ecologistas, Lula se tornou um grande defensor da energia nuclear.

A energia nuclear é considerada uma das mais limpas e Lula ordenou a retomada da construção de Angra 3.

A construção foi reativada em junho e a usina deve começar as operações em até cinco anos, com uma capacidade de geração calculada em 1.369 megawatts.

Na primeira etapa da construção de Angra 3, paralisada há duas décadas, foram investidos R$ 1,5 bilhão. Segundo cálculos do Ministério de Minas e Energia, a retomada demandará mais R$ 7,2 bilhões.
 
(Agência EFE, 25/10/2007)

 

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