A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou ontem (25/10) a entrada da Força Nacional de Segurança (FNS) em ações de proteção ambiental e disse que o governo agora estuda a possibilidade de fixar metas para reduzir o problema do desmatamento da Amazônia. Segundo ela, o destacamento da FNS para questões ambientais já começou a operar no Maranhão. Marina afirmou que o governo federal "já fez uma série de reuniões e de ajustes" no programa de prevenção e controle do desmatamento, mas ressalvou que a "variação", verificada de junho a setembro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2006, "aconteceu também em anos anteriores".
Os casos mais críticos foram registrados em Porto Velho (RO) e em cidades do Mato Grosso e do Pará. Na região da fronteira de Rondônia com a Bolívia, a derrubada de floresta cresceu 600%, segundo dados coletados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) a partir de imagens de satélite.
"A diferença é que (o País) não tinha um sistema aberto que as pessoas pudessem ficar acompanhando. Agora, a sociedade inteira está acompanhando, e eu celebro isso como algo muito positivo, porque até bem pouco tempo as pessoas estavam preocupadas se estava crescendo a inflação ou não, com justa razão. Hoje, o Brasil inteiro está preocupado com o aumento de 8% no desmatamento", declarou a ministra.
"Ou seja, a sociedade brasileira está dizendo que quer se desenvolver economicamente, mas quer proteger a Amazônia. Isso é um avanço. Não quer repetir na Amazônia o que aconteceu aqui (no Rio) com a Mata Atlântica, que de 1,3 milhão de quilômetros quadrados tem apenas 7%. isso graças a termos um sistema transparente que orienta as ações do governo e a capacidade de cobrança política da sociedade."
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Agência Estado, 25/10/2007)