O Brasil poderá ter, em um prazo de quatro anos, a primeira vacina contra a dengue, anunciou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães. Segundo ele, o governo brasileiro planeja trazer para o país a tecnologia de uma vacina desenvolvida por um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos. O trabalho da equipe americana foi apresentado nesta quinta-feira ao secretário e a pesquisadores do Instituto Butantan, em São Paulo. Após a reunião, Guimarães disse que os resultados obtidos até agora são promissores.
- É uma vacina que não está pronta. Ela está em desenvolvimento, tem até agora resultados promissores em animais e também alguns testes com humanos. Mas nós devemos esperar alguns anos, três, quatro anos, para que ela possa estar amadurecida para utilização pelo Ministério da Saúde para a população - afirmou o secretário.
Para trazer a tecnologia da vacina para o Brasil, deverá ser firmado um acordo entre o Instituto Butantan e os pesquisadores americanos, de acordo com o representante do ministério. Os estudos desenvolvidos nos Estados Unidos apontam que a vacina é eficaz contra os quatro tipos de vírus da doença (tipos 1, 2, 3 e 4). No país, ainda não existe a circulação do tipo 4 do vírus da dengue. Na última segunda-feira, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que a entrada do vírus tipo 4 no país é questão de tempo.
Guimarães disse que vai conversar com o Ministério de Ciência e Tecnologia sobre o projeto e estudar a captação de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). O Instituto Butantan está encarregado, segundo o secretário, de apresentar o projeto e os recursos necessários para executá-lo.
- O papel do Butantan, neste caso, será levar adiante esse desenvolvimento. Vai aprender a tecnologia de se fazer a vacina e vai participar no Brasil de ensaios com populações em maior escala.
Segundo Guimarães, além de utilizar a vacina para a sua própria população, o Brasil poderá torná-la acessível a outros países em desenvolvimento.
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Agência Brasil, 25/10/2007)