A Petrobras apresentou esta quinta-feira (25/10) os resultados iniciais de sua pesquisa sobre o bioetanol, um combustível feito a partir do bagaço da cana-de-açúcar, que é o resíduo agroindustrial mais expressivo do país.
Segundo a estatal, o uso desse resíduo pode aumentar significativamente a produção de etanol, sem a necessidade de novas plantações de cana-de-açúcar, o que preserva o meio ambiente e reaproveita o que antes era descartado pelas indústrias.
O etanol convencional é fabricado diretamente da cana-de-açúcar – e não dos resíduos de cana descartados.
O gerente executivo do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras, Carlos Tadeu da Costa Fraga, informou que ainda não há previsão para a produção do bioetanol em escala industrial, mas disse considerar o cenário promissor.
"O Brasil tem uma vantagem competitiva muito grande, que é a abundância de biomassa em suas mais diversas formas. Esse novo tipo de etanol utiliza o que hoje é rejeito dos processo agroindustriais e gera um produto idêntico, em características físico-químicas, ao etanol convencional", acrescentou.
A unidade-piloto para a geração do bioetanol produz cerca de 220 litros do biocombustível por tonelada de bagaço de cana-de-açúcar – o objetivo é chegar a 280 litros por tonelada. Segundo o gerente, em 2010 já deverá ser possível construir uma planta semi-industrial para a produção desse biocombustível.
Além do bagaço de cana, outra matéria-prima utilizada é a chamada torta de mamona, um resíduo do processo de produção do biodiesel a partir da mamona. A estatal estuda ainda a utilização de enzimas mais eficazes na fabricação do bioetanol.
Para esta sexta-feira (26/10) está prevista visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras, na Ilha do Fundão.
(Por Raphael Ferreira, Agência Brasil, 25/10/2007)