A análise temporal também mostra desequilíbrio: as queimadas estiveram concentradas em alguns meses, com índices alarmantes, alternadas com períodos de redução. Isso evidencia a estreita relação entre o uso do fogo e o clima e as condições de umidade da vegetação, com maiores concentrações em períodos de seca mais pronunciada. Confirma, também, a antecipação da queima para fugir à suspensão do uso autorizado do fogo, conforme alertaram pesquisadores e ambientalistas. No ano passado, num esforço conjunto de órgãos federais e estaduais e entidades civis para controle das queimadas, as autorizações estiveram suspensas nos meses mais secos. Este ano, os produtores queimaram mais cedo, antes da suspensão e antes da vegetação estar completamente seca, já no mês de junho. Com isso, os índices de Mato Grosso, em junho de 2001, foram 51,1% maiores do que junho de 2000, enquanto as queimadas de outubro, no Estado, foram só 6,2% mais numerosas e, em novembro, houve até redução de 27,1%. (AE)