A diretora executiva da Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong), Tatiana Dahmer, defendeu nesta quinta-feira (25/10) que é preciso haver uma distinção entre essas organizações. Durante a primeira audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs no Senado, ela acrescentou: “Existem ONGs e ONGs."
E afirmou que “o conceito [de ONG] é muito complexo e abstrato”, ao ressaltar que nem toda organização independente do governo pode ser considerada ONG. “O papel das organizações não-governamentais é antes de tudo o de contribuir para a formação da cidadania, da elucidação dos direitos sociais, políticos e culturais”, explicou.
Entre as organizações filiadas à Associação, a diretora disse que muitas têm parte da receita obtida por meio de cooperação de outras entidades. E que há critérios "bem estabelecidos" para evitar fraudes entre as integrantes da associação. “Fazemos auditorias de duas a três vezes ao ano, com muito rigor, para prestar contas a governos ou fundos internacionais”, informou.
Dahmer diz considerar a CPI importante para revelar as reais atribuições das organizações não-governamentais e investigar as entidades que apresentem irregularidades. “É preciso que o Legislativo mergulhe de cabeça nesse debate”, disse, após defender regras claras para os convênios firmados com o governo federal.
(Por Hugo Costa, Agência Brasil, 25/10/2007)