Equilibrar a expansão do turismo nas áreas litorâneas e ordenar a maricultura e a extração de petróleo na zona costeira são os desafios discutidos em encontro promovido pelo Ministério do Meio Ambiente desde a última segunda e encerrado nesta quarta-feira em Foz do Iguaçu, no Paraná.
O objetivo do 2° Workshop Nacional do Gerenciamento Costeiro foi o de buscar soluções e também discutir estratégias em relação ao Projeto Orla, de ordenamento dos espaços litorâneos sob o domínio da União com uma aproximação das políticas ambiental e patrimonial. Representantes dos 16 estados costeiros deram continuidade às discussões iniciadas em setembro do ano passado, em Maceió.
Segundo o geólogo João Luiz Nicoladi, da Gerência de Qualidade Costeira e do Ar do ministério, o Brasil é considerado um dos países mais avançados nessa discussão, "uma vez que existe no Conselho Nacional de Recursos Hídricos uma câmara temática específica para tratar da zona costeira, com a participação de outros ministérios, estados, organizações não-governamentais e instituições de pesquisa".
Ele destacou que a construção de empreendimentos de turismo causa interferência na zona costeira e alertou para os impactos no ecossistema. - O turismo é uma atividade que depende totalmente do meio ambiente, dentro de uma estrutura em que o visitante se sinta à vontade. Nesse sentido, trabalhamos em parceria com o Ministério do Turismo para que haja um planejamento, pois não queremos causar prejuízos ao ecossistema ou às pessoas que vivem dessa atividade -, explicou.
Sobre a maricultura (criação de crustáceos), Nicoladi lembrou que a introdução não controlada de algumas espécies pode provocar o desaparecimento das nativas. Ele citou o camarão rosa, cuja reprodução foi superada pela do camarão cinza japonês adaptado às condições brasileiras, como um dos impactos negativos no ecossistema.
E quanto à extração do petróleo, afirmou que o país precisa estar preparado para o progresso nessa atividade. - Temos a exploração em mar profundo e raso, o transporte até o continente. E embora exista o auxilio da alta tecnologia, se não houver cuidado podemos tornar a costa vulnerável a algum acidente -, alertou
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Agência Brasil, 24/10/2007)